Hoje na Economia – 07/03/2022

Hoje na Economia – 07/03/2022

A semana começa mergulhada em um ambiente de clara aversão ao risco, derrubando as bolsas da Ásia, abertura negativa na Europa e futuros americanos exibindo fortes quedas. Os juros dos Treasuries recuam e o dólar se mantém firme. Notícias sobre a possibilidade de os EUA e os aliados Europeus impor barreiras às importações de petróleo e gás da Rússia levaram os preços da commodity para próximo de US$ 140/barril para o tipo Brent, o que pode produzir novos choque inflacionários acentuando o quadro de estagflação para a economia mundial.

As bolsas da Ásia fecharam em forte baixa, caminhando para um mercado tecnicamente em baixa, ou seja, caindo mais do que 20% em relação ao último pico. O índice MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda 2,6%. O índice Hang Seng liderou as perdas na região, com tombo de 3,87% em Hong Kong. No Japão, o índice Nikkei caiu 2,94% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 2,29% em Seul. Em Taiwan, o Taiex registrou queda de 3,15%. Na China, os dados sobre a balança comercial do 1º bimestre ficaram em segundo plano. As exportações chinesas cresceram 16,3% no bimestre na comparação anual, ficando abaixo dos dados de dezembro (20,9%), mas acima das projeções do mercado (15%). As importações amentaram 15,5% no bimestre ante igual período de 2021. Em Xangai, o índice Composto fechou o pregão de hoje com queda de 2,1%.

Na Europa, o quadro não é diferente. As bolsas abriram em forte baixa diante das notícias de possível banimento de petróleo russo. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe queda de 2,95%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 1,78%; o CAC40 recua 3,59% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 3,85%.

O ambiente de forte aversão ao risco, levando os investidores buscarem refúgio em ativos seguros, como os Treasuries, mantém deprimido o yield pago por esses papéis. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua um ponto base, nesta manhã, situando-se em 1,72% ao ano. O dólar amplia a valorização dos últimos dias, reforçado pelo ambiente de maior risco. O índice DXY do dólar sobe 0,45%, situando-se em 99,09 pontos. O euro desvaloriza 0,64%, cotado a US$ 1,0858/€, enquanto a libra se deprecia 0,46%, negociada a US$ 1,3169/£. Para o mercado de ações, as expectativas não são favoráveis, tomando por base os índices futuros das bolsas de Nova York que exibem quedas expressivas, nesta manhã. No momento, o futuro do Dow Jones recua 1,52%; S&P 500 perde 1,63%; Nasdaq desvaloriza 1,72%.

No mercado de commodities, junto com petróleo, os grãos, metais básicos e ouro também sobem, atenuando a alta global do dólar sobre as moedas de economias emergentes, exportadoras de commodities. O índice geral de commodities Bloomberg sobe 4,12%, no momento. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 123,83/barril, com alta de 6,98%, nesta manhã.

Com a alta renovada das cotações de petróleo, o governo brasileiro deve estudar mecanismos para atenuar o impacto sobre os combustíveis domésticos. Está em apreciação estudos para estabelecer um programa de subsídios aos combustíveis, com duração entre três e seis meses, buscando reduzir ao máximo o repasse da alta internacional do petróleo para os preços das bombas nos postos de combustíveis. Neste dia de maior aversão ao risco, o Ibovespa deve abrir em queda acompanhando as bolsas internacionais, enquanto os juros futuros podem subir diante dos riscos inflacionários representados pela alta dos preços do petróleo e das demais commodities. O real por ser uma moeda associada às commodities, pode atenuar o impacto da alta global do dólar que prevalece, nesta manhã.

Topo