Hoje na Economia – 15/03/2022

Hoje na Economia – 15/03/2022

Os investidores operam cautelosos nesta terça-feira, mas sem configurar um cenário típico de aversão ao risco. Aguardam pelas reuniões de política monetária que ocorrerão nos próximos dias, com o Fed amanhã, o Banco da Inglaterra (BoE) na quinta-feira e o Banco do Japão na sexta-feira. O Banco Central do Brasil anuncia, amanhã, sua decisão de política monetária. Decisões difíceis diante de uma inflação persistente em meio a ameaça recessiva por contas dos choques provocados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. O índice MSCI Asia Pacific registrou queda de 0,80%, nesta terça-feira. As bolsas da China e Hong Kong lideraram as perdas em meio a preocupações que novos surtos de covid-19 voltem a comprometer a atividade econômica. Pesou também os temores quanto à potencial consequência da assistência que a China vem prestando à Rússia, o que pode levar a retirada de empresas da lista de negociações permitidas nos EUA. Na China, o índice Xangai Composto caiu 4,95%, enquanto o Hang Seng perdeu 5,72% em Hong Kong. Os investidores praticamente ignoraram os dados econômicos – produção industrial; vendas do comércio e investimentos em ativos fixos – que mostraram um desempenho da economia chinesa bem mais forte do que se esperava para o primeiro bimestre do ano. Em outras partes da Ásia, o índice Nikkei registrou alta modesta de 0,15%; o sul-coreano Kospi recuou 0,91% em Seul; o Taiex caiu 1,95% em Taiwan.

As bolsas europeias abriram em baixa, influenciadas pelas fortes quedas vistas nos mercados acionários da China e Hong Kong, ao mesmo tempo em que se observa os desdobramentos da guerra russo-ucraniana. Os investidores evitam maiores posicionamentos, enquanto esperam pela reunião do Fed e do BoE. Os juros dos bônus europeus operam em queda, nesta manhã. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, apura queda de 1,91%. Em Londres, o FTSE100 perde 1,54%; o CAC40 cai 2,19% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 2,21%.

No mercado americano, os preços dos Treasuries param de cair, mas o yield pago pelo T-Bond de 10 anos permaneceu no maior patamar desde 2019. Nesta manhã, o juro pago por quele título encontra-se em 2,10% ao ano. O dólar continua operando em baixa frente à cesta de moedas fortes. O índice DXY cai 0,20%, situando-se em 98,80 pontos. O euro se aprecia, negociado a US$ 1,1006/€ (+0,60%); a libra é cotada a US$ 1,3042/£, valorizando 0,31%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, nesta manhã, com investidores buscando reduzir posições, diante das fortes quedas das ações de tecnologia na Ásia e à espera da reunião do Fed. O futuro do Dow Jones cai 0,32%; S&P 500 perde 0,38%; Nasdaq tem queda de 0,22%. A agenda de hoje traz o índice de preços ao produtor (PPI) de fevereiro, que deve mostrar alta anual de 10% para o PPI e 8,0% para o seu núcleo (Core PPI).

Os contratos futuros de petróleo voltaram a ser negociados abaixo de US$ 100/barril. A queda dos últimos dias se estende no pregão de hoje, em meio às negociações para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, como também temores de menor demanda pela commodity pela China, por conta dos novos surtos locais de covid-19. O contrato futuro do produto tipo WTI é cotado a US$ 98,77/barril, com queda de 0,23%, no momento.

Por aqui, hoje começa a reunião do Copom, que deve anunciar o resultado amanhã no final do dia. Os dados de atividade divulgados na China, mostrando uma economia que vem se fortalecendo, em que pese o surgimento de novos casos de Covid, pode dar um gás nas commodities, beneficiando o Ibovespa. Os juros futuros devem operar entre margens estreitas de olho no Copom, enquanto o real deve se beneficiar da alta das commodities e da fraqueza global do dólar, nesta terça-feira.

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