Hoje na Economia – 22/03/2022

Hoje na Economia – 22/03/2022

Os mercados operam em alta, baixa aversão ao risco, mas não deixam de refletir os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, efetuados ontem. Powell adotou um discurso mais hawkish do que o dito há uma semana, por ocasião da reunião do Fomc. Subiu o tom, passando a considerar a possibilidade de elevar o juro básico em 0,50 p.p. na próxima reunião, no objetivo de fazer o que for necessário para conter as pressões inflacionárias. As dificuldades de se negociar um cessar-fogo na Ucrânia e as ameaças da Rússia de romper relações diplomáticas com os EUA também impõem cautela aos investidores.

Os juros dos Treasuries operam em de alta nesta manhã, com a intensificação do movimento de vendas de bonds após o discurso de Powell. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu seis pontos base, situando-se em 2,36% ao ano. O dólar sustenta o movimento de valorização frente às principais moedas. O índice DXY do dólar subiu para 98,61 pontos, avançando 0,11%, refletindo a queda de 0,12% do euro, cotado a US$ 1,1003/€, enquanto a libra valoriza 0,15%, negociada a US$ 1,3189/£. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem altas moderadas no momento, após oscilarem entre altos e baixos ao longo do overnight. O índice futuro do Dow Jones sobe 0,36%; S&P 500 avança 0,33% e o Nasdaq valoriza 0,30%. Os investidores continuarão acompanhando os pronunciamentos de dirigentes do Fed previstos para hoje (J. Williams do Fed NY; M. Daly do Fed S. Francisco; L. Mester do Fed Cleveland), como também devem monitorar os desdobramentos da guerra russo-ucraniana.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta. O índice MSCI Asia Pacific registrou ganho de 0,40% na sessão de hoje. O destaque foi a empresa Alibaba que ampliou seu plano de recompra de ações, impulsionando a bolsa de Hong Kong, onde o índice Hang Seng exibiu valorização de 3,15%. No Japão, o índice Nikkei subiu 1,48%, refletindo o avanço das ações das empresas exportadoras, favorecidas pela fraqueza do iene. Na China, o índice Xangai Composto valorizou 0,19%; o sul-coreano Kospi avançou 0,89% em Seul; em Taiwan, o Taiex fechou estável.

Na Europa, as bolsas locais operam em alta moderada. O índice pan-europeu de ações, STOXX 600, registra valorização de 0,45%. Investidores de olho nos desdobramentos dos acontecimentos envolvendo o conflito Rússia e Ucrânia, avaliam as intenções das autoridades da União Europeia de proibir a importação de petróleo russo. Em Londres, o índice FTSE100 opera com alta de 0,57%; o CAC40 avança 0,68% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,96%.

No mercado de petróleo, após operarem em alta ao longo do overnight, os contratos futuros passaram a operar no negativo. A notícia de que a União Europeia estuda proibir as importações de petróleo russo favorece a alta da commodity, mas a falta de consenso no bloco esvazia o movimento. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio é negociado a US$ 109,63/barril, caindo 2,22%.

Hoje o Banco Central (BCB) divulga a ata da reunião do Copom da semana passada, quando elevou a Selic para 11,75% ao ano. Expectativas em torno de explicações mais amplas sobre o “cenário alternativo”, considerado de maior probabilidade, o qual deu o racional para a decisão. O presidente do BCB, Campo Neto, falará em evento às 9h30, podendo jogar mais luz na estratégia das autoridades monetárias para lidar com inflação elevada e cenário externo adverso. Ibovespa deve operar em alta, refletindo o ingresso de recursos externos em busca de boas oportunidades, favorecendo a manutenção de um real apreciado. Os juros futuros ficarão atentos a ata do Copom e as declarações do presidente do BCB.

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