Hoje na Economia – 12/05/2022

Hoje na Economia – 12/05/2022

A aversão ao risco continua ditando o tom dos negócios nesta quinta-feira. O sentimento dos investidores é moldado pela percepção de que o Fed deve acelerar o aperto monetário diante de uma inflação persistente, que se junta às preocupações da guerra entre a Rússia e Ucrânia e o risco de desaceleração da economia da China devido ao combate ao Covid-19.

Na Ásia, as bolsas de ações fecharam majoritariamente em baixa. Preocupações quanto à sustentação do crescimento econômico global, após a divulgação da inflação americana que persiste evoluindo acima de 8% anuais, pesaram sobre o sentimento dos investidores. O índice regional MSCI Asia Pacific registrou queda de 1,1%, refletindo, principalmente, as fortes quedas das empresas de tecnologia, como Alibaba e TSMC. Na China, foram detectadas novas infecções fora das áreas de isolamento, o que poderá retardar a retirada das medidas de lockdown adotadas em várias regiões. O índice Xangai Composto teve queda moderada de 0,12%. Em Hong Kong, a expectativa de um aperto monetário mais agressivo nos EUA derrubou as ações de tecnologia, levando o índice Hang Seng a fechar com queda de 2,24%. Pelas mesmas razões, o sul-coreano Kospi recuou 1,63% em Seul, enquanto em Taiwan, o Taiex caiu 2,43%. No Japão, o índice Nikkei apurou perda de 1,77%.

Os investidores buscam proteção diante de uma inflação persistentemente elevada nos EUA, alimentando a percepção de que as altas de juros já promovidas pelo Fed não serão suficientes para trazer a inflação para à meta de 2% anuais, dando força as apostas de que o Fed deve acelerar o ritmo da alta para 0,75 p.p. ao invés de 0,50 p.p. da última reunião. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos caiu 9 pontos base para 2,83% ao ano. O dólar permanece em sua trajetória de alta frente à cesta de seis moedas fortes captadas pelo índice DXY, que sobe 0,47%, nesta manhã. O dólar avança contra o euro, que é negociado a US$ 1,0434/€ (-0,74%), e contra a libra, cotada a US$ 1,2184/£ (-0,55%), mas perde para a moeda japonesa que vale 128,59 ¥/US$, valorizando 1,07% no momento. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, nesta manhã, pronunciando mais um dia de queda para os mercados à vista. O futuro do Dow Jones cai 0,54%; S&P 500 recua 0,73%; Nasdaq perde 1,17%. Hoje os investidores acompanharão a divulgação da inflação ao produtor (PPI) de abril, como também as manifestações de dirigentes do Fed, que deverão traçar comentários sobre a economia e política monetária.

As bolsas da Europa acompanham a tendência de queda vista na Ásia e nos futuros americanos. O índice pan-europeu de ações opera em baixa de 2,29% no momento, afetado também pelos números de crescimento mais fraco do que se previa no Reino Unido (PIB cresceu 0,8% T/T no 1T22, contra 1,0% das projeções). Em Londres, o FTSE 100 cai 2,40%; em Paris, o CAC40 recua 2,48%; em Frankfurt o DAX desvaloriza 2,50%.

No mercado de petróleo, a commodity devolve parte dos ganhos de ontem, num movimento de realização de lucros. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é cotado a US$ 103,44/barril, recuando 2,06%, nesta manhã.

Diante de um ambiente internacional marcado pela forte aversão ao risco nesta quinta-feira, expectativa de mais um pregão em queda para o Ibovespa. O dólar deve subir, dando espaço para sustentação da alta da curva de juros futuros. O IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de março, que deve mostrar avanço de 0,8% m/m e 8,5% a/a segundo as projeções do mercado.

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