Hoje na Economia 14/11/2018

Hoje na Economia 14/11/2018

Edição 2137

14/11/2018

Investidores mostram-se cautelosos no dia de hoje, tomados por preocupações em relação ao conflito comercial entre os EUA e China, que não dá sinais consistentes de estar próximo a um acordo, em meio a forte queda nos preços das commodities, principalmente, do petróleo.

Na Ásia, a maioria das bolsas de ações fechou em baixa, por conta da forte queda dos preços da energia. Os dados econômicos chineses, que foram divulgados na madrugada, não foram conclusivos. As vendas do comércio decepcionaram em outubro (+8,6% A/A contra previsão de 9,2%), enquanto a produção industrial veio acima das projeções dos analistas (+5,9% A/A ante projeção de 5,7%). Pesou também a forte queda do petróleo e outras commodities derrubando as ações de energia e mineração. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific fechou o pregão de hoje com perda de 0,19%. Um dos poucos mercados de ações a fechar no azul na região, foi a bolsa de Tóquio, onde o índice Nikkei apurou alta discreta de 0,16%, favorecido pelo fortalecimento do dólar. A moeda americana é negociada a 113,87 ienes, com a moeda japonesa registrando queda de 0,05%, no momento. Na China, o índice Xangai Composto caiu 0,85%, pressionado pela queda das ações de petrolíferas como a Petrochina e Sinopee. O índice Hang Seng recuou 0,54% em Hong Kong, também influenciado pelo setor petrolífero. O índice sul-coreano Kospi recuou 0,15% em Seul; o Taiex fechou com alta de 0,16% em Taiwan.

Na Europa, a forte queda das ações do setor de energia mais que compensou a alta dos papeis do setor de autos. O índice pan-europeu de ações STOXX600 tem queda de 1,12%, no momento. Em Londres, o FTSE 100 perde 0,95%. A moeda inglesa flutua em torno da estabilidade em relação ao dólar, enquanto investidores esperam que a primeira-ministra, Theresa May, consiga levar a diante seu plano original para o Brexit. Demais praças também operam no vermelho: o CAC40 cai 1,37% em Paris, o DAX perde 1,25% em Frankfurt. Na Itália, as tensões políticas com a União Europeia (UE) prosseguem. O governo continua desafiando a Comissão Europeia insistindo em um déficit fiscal em torno de 2,4% do PIB, centrado em aumento dos gastos. Os juros pagos pelo bônus italianos são destaque de alta no dia de hoje, enquanto a bolsa de Milão tem queda de 1,60%. O euro se enfraqueceu após a divulgação do PIB do 3º trimestre da Alemanha, que registrou contração de 0,2% T/T no período, vindo abaixo de esperado pelos analistas (-0,1%).

No mercado americano, a expectativa é de uma abertura em baixa para a bolsa de ações de Nova York. Os futuros dos principais índices de ações estão operam em queda, nesta manhã: Dow Jones -0,30%; S&P 500 -0,34%; Nasdaq -0,69%. Os juros pagos pelas Treasuries encontram-se estáveis, o mesmo pode se dizer em relação ao dólar, quando confrontado com uma cesta de moedas consideradas fortes. Na agenda econômica, será divulgada a inflação ao consumidor (CPI) de outubro, que deve mostrar alta de 2,5% para o índice cheio e 2,2% para o núcleo (Core CPI), ambos na métrica de doze meses. Destaque também para o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, em evento em Dallas. Espera-se que Powell atenue as preocupações dos investidores, reforçando o cenário de alta gradual dos juros americanos, nos próximos meses.

Os contratos futuros de petróleo permanecem em queda, nesta manhã, apesar das fortes quedas de ontem, quando o tipo WTI sofreu um tombo de quase 7%, atingindo o menor nível em um ano. No momento, o barril do WTI, para entrega em dezembro, é negociado a US$ 55,61, recuando 0,15%.

O ambiente de aversão ao risco deve manter pressionados os preços da maioria dos ativos brasileiros. A Bovespa deve ser impactada pela queda dos preços do petróleo, bem como de commodities, como os minerais básicos. O câmbio deve se manter pressionado, refletindo o fortalecimento do dólar em termos globais. No âmbito político, o presidente Bolsonaro se encontra com os líderes da Câmara e do Senado, visando recompor a relação com o Congresso.

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