Hoje na Economia 06/07/2018

Edição 2049

06/07/2018

Mercados financeiros internacionais operam em baixa, após a China retaliar ao aumento de tarifas feito pelos EUA, que entrou em vigor à meia noite de ontem. A retaliação chinesa se deu no mesmo valor (US$ 34 bi) que o movimento americano, com aumento de 25% nas tarifas de itens como whisky e soja.

As bolsas da Ásia subiram ontem, com parte da guerra comercial já precificada nos ativos e com as bolsas subindo após terem atingido menores patamares em três meses. O índice de ações MSCI Asia Pacific, benchmark da região, subiu 0,5%. Na China, o índice Composto de Xangai subiu 0,49% enquanto no Japão, o índice Nikkei da bolsa de Tóquio avançou 1,12%. O iene está basicamente estável contra o dólar, cotado a ¥/US$ 110,63.

Na Europa, mercados de ações caíram após o anúncio das tarifas, mas a produção industrial alemã subiu mais que o esperado, 2,6% M/M contra expectativa de 0,3% M/M, o que ajuda as ações da Europa a não recuarem muito. O índice pan-europeu STOXX600 varia -0,02%, com queda concentrada no FTSE100 de Londres, -0,21%. As bolsas dos outros países operam perto da estabilidade, com alta de 0,02% no CAC40 de Paris e 0,07% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando contra o dólar, 0,16%, devido ao dado melhor na Alemanha, cotado a US$/€ 1,1710.

Nos EUA a atenção hoje deve ficar com o dado de criação de empregos (payroll). A expectativa do mercado é de desaceleração na margem, de 223 mil vagas no mês passado para 195 mil no mês atual. Entretanto, um dado próximo de 200 mil ainda é condizente com taxa de desemprego cadente. As expectativas para os salários são de aceleração na margem, de 2,7% A/A para 2,8% A/A. Os índices futuros das bolsas americanas recuaram após a retaliação chinesa na guerra comercial, com o futuro do S&P500 caindo -0,14%. O juro futuro de 10 anos dos EUA sobe para 2,83%, enquanto o dólar perde ligeiramente valor contra outras moedas, com o índice DXY recuando -0,09%, em boa parte devido ao euro. Em relação às moedas emergentes, o dólar está ganhando valor contra a maioria delas.

O preço das commodities recua com a guerra comercial, com o índice da Bloomberg caindo -0,37%, com destaque para commodities metálicas (-1,77%). O preço do barril de petróleo também cai, -0,93% no caso do WTI, cotado a US$ 72,26.

No Brasil hoje será divulgado o IPCA. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de 1,27% M/M e da mediana do mercado 1,28% M/M. A alta na inflação de junho deve ocorrer em grande parte devido à paralisação dos caminhoneiros e aumento de preços administrados, como energia elétrica, não devendo afetar de forma permanente as medidas subjacentes de inflação no médio prazo. O real deve depreciar contra outras moedas hoje, em linha como outros países emergentes estão reagindo à guerra comercial e queda de preços de commodities. A bolsa brasileira também deve cair, pelas mesmas razões. Os juros futuros, por sua vez, devem reagir mais ao IPCA e aos juros externos caso o payroll venha muito diferente do esperado.