Hoje na Economia 14/06/2018

Hoje na Economia 14/06/2018

Edição 2033

14/06/2018

Um clima de aversão ao risco contamina os negócios nos diversos mercados internacionais, nesta quinta-feira. As expectativas que cercam o atual estágio do ciclo econômico global estão no centro das atenções, com sinais conflitantes emitidos pelas duas maiores economias do mundo. Nos EUA, o Fed não só subiu os juros pela segunda vez neste ano, como sinalizou que deverá efetuar um total de quatro altas em 2018, por conta do forte dinamismo da economia americana. Na China, o banco central local não acompanhou o movimento do Fed, preocupado com os sinais de enfraquecimento da economia local. Os indicadores de produção industrial, vendas do varejo e investimentos fixos, todos referentes a maio, decepcionaram, vindo abaixo das estimativas do mercado, sinalizando para um PIB mais fraco no 2º trimestre.

Na Ásia, bolsas locais fecharam em baixa acompanhando o movimento de queda das bolsas de Nova York ontem, que refletiram o impacto da segunda alta de juros no ano promovida pelo Fed. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou o dia de hoje com queda de 0,90%. Na China, os fracos dados sobre atividade em conjunto com o aumento dos conflitos comerciais (o governo americano poderá confirmar, amanhã, a imposição de US$ 50 bilhões em tarifas em produtos chineses) derrubaram as bolsas locais. O índice Xangai Composto contabilizou perda de 0,18%, nesta quinta-feira. O Hang Seng caiu 0,93% em Hong Kong. Em Tóquio, o Nikkei recuou 0,99%, à medida que o iene se recuperou de recentes perdas frente ao dólar. No momento, o dólar é negociado a 109,96 ienes, com alta de 0,35%. Em Seul, o índice Kospi recuou 1,84%, a maior queda da região.

Na Europa, outro ponto de preocupação: a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), onde se espera a manutenção das taxas de juros nos níveis atuais, mas indicações sobre o momento em que o BCE encerrará seu programa de compra de ativos. Uma antecipação do fim do programa pode ser a surpresa. O euro se beneficia desta percepção, se valorizando 0,30%, cotado a US$ 1,1825. No mercado de ações, principais bolsas operam com quedas intensas: o índice STOXX600 perde 0,51%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,64%; em Paris, o CAC40 cai 0,22%; em Frankfurt, o DAX tem perda de 0,34%.

No mercado americano, a bolsa de Nova York deve abrir em alta moderada sem tendência clara, segundo o comportamento dos índices futuros de ações, no momento. O futuro do Dow Jones sobe 0,03%; o S&P 500 avança 0,02%; Nasdaq recua 0,11%. O juro pago pela Treasury de 10 anos encontra-se em 2,953% ao ano nesta manhã, com ligeiro recuo do yield de 2,978% de ontem à tarde. O dólar recua frente às principais moedas, como também diante das moedas emergentes. No momento, o índice DXY perde 0,25%. Serão conhecidos os resultados das vendas ao varejo no mês de maio. Segundo as projeções dos analistas, as vendas aumentaram 0,40% em relação a abril, refletindo o bom desempenho do consumo neste segundo trimestre.

No mercado de petróleo, as cotações da commodity operam sem direcional claro nesta manhã: o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 66,75/barril, com alta marginal de 0,17%.

No Brasil, a disputa entre o Banco Central e o mercado em torno da taxa de câmbio deve continuar. Não faltarão elementos para pressionarem o valor do dólar no mercado doméstico, embora a divisa venha perdendo valor em termos globais no dia de hoje. Além da repercussão de o Fed ter subido os juros e confirmado mais duas altas este ano, o BCE pode surpreender os investidores, anunciando a antecipação do fim do programa de estímulos monetários.

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