Hoje na Economia 08/09/2017

Hoje na Economia 08/09/2017

Edição 1847

08/09/2017

O mercado de capital global amanhece em meio a clara aversão ao risco estampada nos recuos das bolsas europeias, nos futuros americanos e na valorização dos ativos considerados porto seguro, como o iene, o ouro e a renda fixa americana. O sentimento de cautela é alimentado pelas incertezas quanto ao furacão Irma, que poderá atingir a Flórida neste fim de semana, bem como devido a Coreia do Norte, que se prepara para o feriado do Dia da Fundação neste sábado, ocasião em que o país realizou um teste nuclear no ano passado.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única. Na China, foram divulgados os dados da balança comercial chinesa em agosto, que mostrou alta de 5,5% A/A nas exportações, desacelerando ante a alta de julho (7,2%). As importações tiveram expansão anual de 13,3% em agosto, maior do que o aumento de 11% em julho, mostrando a força do mercado interno. A bolsa de Xangai fechou praticamente estável (+0,01%). No Japão, o índice Nikkei da bolsa de Tóquio teve perda de 0,63%, por conta da valorização do iene ante ao dólar e pelo recuo dos juros de bônus do governo japonês. Durante essa madrugada, o dólar chegou a cair à mínima em dez meses de 107,58 ienes, ante 108,47 ienes no fim da tarde de ontem. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,53%, impulsionado por ações do setor imobiliário. Em Taiwan, o Taiex avançou 0,68%; em Seul o Kospi perdeu 0,11%.

Na Europa, o Banco Central Europeu reiterou que só irá decidir sobre possível reversão de seu programa de estímulo monetário na reunião de outubro. O BCE deixou claro, no entanto, que poderá ampliar o QE, seja em tamanho ou duração, caso a perspectiva da zona do euro venha piorar. Por não mostrar preocupação com a valorização do euro, a moeda comum sobe frente às principais moedas, nesta manhã. O euro é negociado a US$ 1,2069 de US$ 1,2020 no fim da tarde de ontem. No mercado de ações, bolsas europeias operam majoritariamente no vermelho: índice STOXX600 recua 0,10%; Londres cai 0,24%; Paris perde 0,18% e Frankfurt opera em torno da estabilidade.

O valor do dólar, aferido pelo índice DXY, mostra a moeda americana operando no nível mais baixo desde 2015, em meio à percepção de que dificilmente ocorrerá outra elevação da taxa de juro americana ainda este ano. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou a 2,032% de 2,047% de ontem à tarde. Os futuros das principais bolsas americanas operam em queda: Dow Jones -0,23%; S&P500 -0,18%; Nasdaq -0,12%.

Mercado de petróleo opera de olho na evolução do furacão Irma. Ainda que não caminhe em direção de instalações petrolíferas estratégicas dos EUA, o Irma já afetou tanques de armazenamento de petróleo em Porto Rico e nas Ilhas Virgens. No momento, o barril do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 48,85 com queda de 0,33%.

De volta do feriado, o mercado doméstico deve reagir ao Copom, que cortou a Selic a 8,25% e sinalizou a moderação dos cortes para as próximas reuniões. A Bovespa pode bater recorde histórico nesta sexta-feira, seguindo a alta dos papeis brasileiros ontem em Nova York. Ademais, o quadro político mostra-se mais tranquilo. Tudo indica que após a delação do ex-ministro Palocci, a perspectiva eleitoral do ex-presidente Lula diminuiu significativamente. Outra boa notícia a embalar o bom humor do mercado veio da declaração do deputado Rodrigo Maia, que vê condições favoráveis para a votação da reforma da Previdência em outubro.

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