Hoje na Economia 11/08/2017

Hoje na Economia 11/08/2017

Edição 1828

11/08/2017

Mais uma vez a aversão ao risco predomina nos mercados financeiros globais, influenciados pelo aumento de tensão entre EUA e Coreia do Norte.

Na Ásia, as bolsas caíram, refletindo o aumento de tensão geopolítica na península coreana. O índice MSCI Ásia Pacífico exceto Japão recuou -1,6%, com queda de -1,63% na bolsa de Xangai. A bolsa de Tóquio está fechada devido a feriado no Japão. O iene está se apreciando contra o dólar, +0,13%, servindo como refúgio seguro do mercado, cotado a ¥/US$ 109,06.

Na Europa, o índice STOXX600 opera em queda, de -1,07%, com recuos de -1,11% no FTSE100 de Londres, -1,06% no CAC40 de Paris e -0,29% no DAX de Frankfurt. O euro está se desvalorizando contra o dólar, -0,10%, agora sendo negociado a US$/€ 1,1760.

Os índices futuros das bolsas americanas estão em queda também: -0,61% no caso do Dow Jones e -0,15% no caso do S&P500, sendo que já houve fortes quedas ontem (-0,93% e -1,45%, respectivamente). Os juros futuros americanos estão caindo, com o título da Treasury de 10 anos pagando 2,194% a.a.. O dólar está ganhando valor contra outras moedas, em especial de países emergentes, com o índice DXY variando +0,09%. Hoje será divulgada a inflação ao consumidor de julho, dado bastante importante para os mercados, uma vez que é a demora para a inflação subir que está pondo em cheque a terceira alta de juros pelo FED esse ano. A expectativa é de alta de +0,2% M/M e 1,8% A/A, acelerando em relação ao mês anterior (0,0% M/M e 1,6% A/A). Uma surpresa para baixo nesse dado pode aliviar as tensões no mercado e aumentar a propensão a tomar risco.

Os preços de commodities estão em queda, com o índice de preços da Bloomberg recuando -0,23%. O preço de petróleo cai, com o tipo WTI recuando -0,56%, cotado a US$ 48,33/barril. Apenas os preços de metais preciosos sobem, com o preço do ouro avançando 0,23%.

No Brasil, o ministério da Fazenda soltou uma nota dizendo que as discussões sobre revisão de meta de resultado primário devem ser retomadas na segunda-feira. A expectativa é de que a meta de 2017 seja aumentada (de 139 bi para 159 bi) e torna-se cada vez mais provável que a meta de 2018 também seja aumentada, o que aumenta a tensão nos mercados financeiros locais. Foi anunciada a troca de dois membros do COPOM, porém o perfil técnico dos novos indicados não deve significar mudança no caráter do conselho (em termos dovish ou hawkish), e, portanto, a notícia não deve ter influência nos mercados. O real hoje deve se depreciar, acompanhando as outras moedas de países emergentes, a queda de preços de commodities e aumento de risco país com piora de fiscal. A bolsa brasileira deve cair, devido ao aumento de aversão ao risco no mundo e resultados ruins de empresas locais, além de queda de preços de commodities. Os juros futuros podem seguir subindo, devido à depreciação cambial e perspectiva de piora de metas fiscais.

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