Hoje na Economia 28/11/2016

Edição 1652

28/11/2016

Mercado começa reverter boa parte das posições efetuadas após a surpresa gerada pela eleição presidencial nos Estados Unidos. No mercado de petróleo, a Arábia Saudita decidiu que não participaria de reunião, marcada para esta segunda-feira, com os produtores que não pertencem a Opep. Essa atitude gerou dúvidas sobre a capacidade da Opep finalizar um acordo para cortar a produção, na reunião de cúpula na quarta-feira próxima. Diante das incertezas, os investidores aproveitaram para embolsar lucros do rali causado pela inesperada vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos EUA.

O dólar se enfraquece frente a principais moedas. O índice DXY recuou para 100,8 pontos (101,39 na sexta-feira), com queda de 0,68%, no momento. O dólar caiu a 111,90 ienes nesta manhã, contra 113,04 no fim da tarde de sexta-feira, enquanto o euro avançou para US$ 1,0664, de US$ 1,0597 na sexta-feira. O dólar também perde terreno ante várias moedas emergentes, como a lira turca e rublo russo e em relação às moedas ligadas a commodities (dólares da Austrália, Nova Zelândia e Canadá).

O juro pago pelo T-Bond recuou para 2,33% ao ano (-1,29% nesta manhã), com investidor de olho na agenda econômica desta semana, que prevê divulgação da segunda estimativa do PIB do 3º trimestre, dados de renda e consumo, bem como o relatório de emprego de novembro. O índice futuro de ações S&P 500 recua 0,42%, refletindo a realização de lucros após o rali que se seguiu a vitória de Donald Trump à presidência dos EUA.

Na Ásia, o índice regional de ações MSCI Asia Pacific encerrou o pregão desta segunda-feira com ganho de 0,80%. A bolsa de Tóquio fechou em leve baixa: índice Nikkei -0,13%, interrompendo uma sequência de sete pregões em alta. A alta do iene ao longo da sessão asiática, fruto das incertezas que cercam o mercado de petróleo, prejudicou as ações das exportadoras, que mostraram fortes quedas. Na China, o índice Composto de Xangai fechou com alta de 0,46%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve valorização de 0,47%.

Na Europa, mercados de ações também sucumbem ao movimento de realização de lucros. O índice STOXX600 recua 0,95%, no momento. Em Londres, o índice FTSE100 perde 0,97%: em Paris o CAC40 recua 1,02% e em Frankfurt, o DAX tem desvalorização de 0,99%.

No mercado de petróleo, o produto tipo WTI é negociado a US$ 45,55/barril, com queda de 1,09%, refletindo a desconfiança em relação à reunião da Opep na quarta-feira, que deverá decidir sobre a redução da produção do grupo. O índice Geral de Commodity Bloomberg sobe 0,67%, com destaque para metais básicos que ganham 1,84%, nesta manhã.

Mercado doméstico de ações deve acompanhar a tendência de realização de lucros ditada pelas principais bolsas internacionais, enquanto observa o desenrolar da crise política doméstica, com o governo tentando se refazer do desgaste do episódio Geddel Vieira. Taxa de câmbio e juros futuros podem recuar em linha com o enfraquecimento global da moeda americana e o recuo dos juros das Treasuries. Na agenda, serão conhecidos os números sobre as contas públicas consolidadas de outubro, que, segundo o consenso do mercado, deverá mostrar superávit fiscal primário de R$ 38,7 bilhões no mês, graças aos recursos da repatriação.