Hoje na Economia 24/08/2015

Hoje na Economia 24/08/2015

Edição 1343

24/08/2015

O mercado de capital global amanhece com clara aversão ao risco alimentada pelos temores de que a economia chinesa caminha para um hardlanding, ao mesmo tempo em que aumenta a percepção de que a recuperação da economia mundial sucumbiria à alta dos juros nos Estados Unidos.

As bolsas mundiais operam em queda, bem como os preços das commodities – principalmente petróleo – levando a forte desvalorização das moedas dos emergentes. Ganham os ativos considerados como "safe haven", como títulos do tesouro americano e alemão e o japonês, levando a apreciação do iene.

Na Ásia, as bolsas desabaram. O índice MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 4,6%. Na China, a percepção de que o governo não dispõe de instrumentos para impedir queda acentuada da economia derrubou o mercado de ações. O índice Xangai Composto apurou desvalorização de 8,49%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng chegou ao final do pregão com perda de 5,17%. A bolsa japonesa não ficou atrás. O índice Nikkei encerrou a sessão com baixa de 4,61%, a maior queda em um só dia em mais de dois anos. O iene, visto como um ativo de proteção, apreciou-se – o dólar recuou cerca de 1,20% durante o pregão asiático – sendo cotado a 120,37 ienes, neste momento.

Na Europa, o índice STOXX600 opera com queda de 3,07%, elevando a perda nos últimos quatro dias para próximo de 10%. O índice alemão DAX perde 2,70%; o CAC40 francês recua 2,60% e o FTSE100 de Londres anota desvalorização de 2,53%, nesta manhã. O euro troca de mãos a US$ 1,1487, com valorização de 0,89% frente à moeda americana.

Os índices futuros das principais bolsas de ações americanas também operam no vermelho nesta manhã, prenunciando mais um pregão de queda para os mercados dos EUA. Os futuros do S&P500 e D&J registram variações de -2,11% e -4,65%, respectivamente, no momento. O dólar recua frente às principais moedas fortes (dólar índex: -0,84%), enquanto o juro pago pelo T-bond de 10 anos, refletindo a busca por porto seguro, chegou a recuar abaixo de 2,00% ao ano. No momento, está em 2,009% ao ano.

No mercado de petróleo, a cotação do produto tipo WTI recuou abaixo de US$ 40/barril. É negociado a US$ 39,01/barril, com queda de 3,56%, no momento. As commodities de forma geram também registram fortes quedas, exceção de metais preciosos.

Neste dia de forte aversão ao risco, em que a crise externa se junta à interna, dificilmente a Bovespa terá forças para esboçar alguma reação. O real deve abrir em queda frente à moeda americana, acompanhando a tendência de depreciação das demais moedas emergentes. Desta forma, a curva de juros futuros deve refletir esse ambiente de maior nervosismo, mantendo em alta principalmente os vencimentos mais longos.

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