IPCA-15 de março

IPCA-15 de março

IPCA-15 de março

A inflação medida pelo IPCA-15 em março foi de 1,24% M/M, bem próxima da mediana de projeções do mercado (1,23%) e ligeiramente acima da projeção da SulAmérica Investimentos (1,15%). A variação acumulada em 12 meses seguiu subindo, tendo alcançado 7,90% A/A em março.

A variação de preços em março foi ligeiramente inferior à vista em fevereiro (1,33%). Por um lado, menores pressões de Educação e Despesas Pessoais (reajustes de cursos e cigarros, respectivamente) ajudaram a inflação a ficar menor no mês. Por outro, aumentos de preços administrados levaram Habitação e Transportes a subir, enquanto os preços de Alimentos subiram devido a pressões de oferta, mantendo o IPCA-15 em patamar elevado e acima de 1,0% M/M.

Do ponto de vista das categorias de uso, a grande pressão sobre a inflação segue vindo dos preços administrados, cuja variação foi de 2,89% em março, contra 2,76% em fevereiro. A variação em 12 meses dos preços administrados subiu para 11,47% A/A, devendo subir ainda mais ao longo do ano (a projeção da SulAmérica Investimentos é de que alcance 13,5%). Boa parte desse aumento de preços administrados decorre dos reajustes extraordinários de energia elétrica e do aumento das suas bandeiras tarifárias. Ajustes adicionais devem ocorrer ao longo do ano nessas tarifas, levando a um aumento ainda mais substancial nesses preços.

Os preços livres tiveram variação de 0,74% M/M, abaixo da vista em mar/14 (0,89%). A inflação de preços livres segue em torno de 7%, com a variação em 12 meses terminados em março sendo de 6,85%. O ligeiro recuo na margem deveu-se à inflação de serviços, que diminuiu na comparação M/M e A/A, mas ainda segue em patamar muito elevado (8,11%). O pequeno arrefecimento em serviços foi compensado pelo aumento na inflação de bens industriais e de alimentos.

Do ponto de vista da suscetibilidade aos efeitos da depreciação cambial, a inflação de bens e serviços comercializáveis aumentou um pouco em março, enquanto a de bens e serviços não comercializáveis diminuiu, puxada pelo ligeiro arrefecimento de serviços mencionado acima. Entretanto, a variação da inflação de não comercializáveis segue superior à de comercializáveis, tanto na comparação A/A quanto na M/M. Os efeitos da taxa de câmbio sobre a inflação devem ser sentidos no médio prazo, em especial nos grupos de bens industriais e alimentos tradeables, mas, por enquanto, esse efeito foi pequeno.

A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado de março segue sendo de 1,41% M/M, com aumento em relação ao IPCA-15 derivando da contabilização plena dos efeitos dos aumentos de tarifas de energia elétrica, além de mais aumentos de preços de alimentos.

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