IPCA – maio

IPCA – maio

IPCA – Maio 2014

A inflação medida pelo IPCA em maio foi de 0,46% M/M, acima da projetada pela SulAmérica Investimentos (0,37% M/M) e da mediana das expectativas do mercado (0,38% M/M). Em 12 meses a inflação subiu, de 6,28% A/A para 6,38% A/A.
Era esperada uma queda na inflação mensal entre abril e maio devido a fatores sazonais (menor variação de preços de alimentos) e devido a quedas em preços específicos, como passagem aérea (-21% M/M, contribuição -0,11 pp) e tarifa de água e esgoto (-5% M/M, contribuição -0,08 pp). Mesmo com essas quedas se confirmando, no entanto, a inflação ficou acima das expectativas, pois houve alta acima da esperada em Despesas pessoais, nos preços de automóveis e a queda nos preços de combustíveis ficou aquém da projetada.
A alta em despesas pessoais reflete o aumento dos preços de serviços, que seguem bastante pressionados. A variação em 12 meses dos preços dos serviços excluindo passagens aéreas e alimentação fora do domicílio ficou em 7,76% A/A em maio, o nível mais alto no ano até agora. Esse aumento de preços de serviços deve persistir ou até se intensificar enquanto a taxa de desemprego permanecer baixa.
A inflação brasileira permaneceu elevada em maio, tendo surpreendido para cima em relação às expectativas do mercado. A surpresa se deu em bens industriais e serviços. Parte da surpresa pode ser revertida no curto prazo (os preços de combustíveis devem cair, de acordo com a coleta da ANP, devido à queda do preço do álcool), porém a situação no médio prazo ainda é ruim. Mesmo com a desaceleração econômica vista nos últimos meses, a taxa de desemprego ainda permanece em patamares muito baixos, pressionando os preços de serviços. Além disso, os efeitos da valorização cambial recente sobre os preços de bens industriais ao consumidor estão demorando para serem sentidos e podem ser atenuados por aumentos de impostos (que, se não forem feitos, resultarão em uma situação fiscal pior e, portanto, mais inflação mesmo assim). Dessa forma, o cenário inflacionário para o Brasil ainda permanece sem muita alteração em relação aos meses passados, com expectativa de desaceleração na variação M/M para os próximos meses (que contam com uma sazonalidade favorável), porém com o índice A/A ainda permanecendo elevado e próximo do teto da meta (devendo, inclusive, superá-la em julho).
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