IPCA – Novembro

IPCA – Novembro

IPCA – Novembro

06/12/13

Em novembro, o IPCA teve variação de 0,54% M/M, abaixo da mediana de projeções do mercado (0,58% M/M) e acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,61% M/M). A inflação acumulada em 12 meses segue caindo, tendo diminuído agora de 5,84% A/A para 5,77%.

A queda na taxa mensal de inflação entre outubro e novembro (de 0,57% para 0,54%) decorreu em especial do grupo Alimentação e bebidas (cuja variação passou de 1,03% M/M para 0,56% M/M). Houve também quedas em outros dois grupos do IPCA: Artigos de residência (de 0,81% para 0,38%) e Vestuário (de 1,15% para 0,85%). Os demais grupos do IPCA tiveram variação mais alta, mas não impediram a desaceleração do índice geral.

A desagregação do IPCA em 4 grandes grupos (administrados, serviços, alimentação e bebidas e bens industriais) mostrou diminuição na variação mensal em especial em Alimentos. Na comparação A/A, apenas a inflação de bens industriais está aumentando.

A inflação de Alimentos parece mais tranquila nessa virada de ano em comparação com a virada do ano anterior. A inflação de alimentos não comercializáveis com o exterior (nontradeables) mostrou variação próxima de zero em outubro e novembro, enquanto a inflação de alimentos tradeables está arrefecendo, uma vez que os preços de commodities internacionais estão bem comportados e esse grupo de preços já se ajustou ao grosso da desvalorização cambial vista nos últimos meses.

A inflação de preços administrados seguiu tendo queda na variação A/A entre outubro e novembro, tendo chegado a 0,94% em novembro, o menor nível da série histórica. A inflação desses itens deve subir no final do ano, com aumento nos preços de energia elétrica e, em especial, gasolina, mas ainda deve terminar o ano em patamar baixo, uma vez que esses preços foram usados para controlar o índice geral de inflação e evitar que a inflação total ficasse acima do teto da meta.

A inflação de serviços segue pressionada. Os dados, utilizando a metodologia do Banco Central, mostram variação de 0,65% M/M e 8,53% A/A, contra 0,52% M/M e 8,72% A/A do mês anterior. Os dados excluindo alimentação fora do domicílio e passagem aérea mostram uma aceleração na variação mensal (de 0,44% para 0,46%). A variação A/A desse indicador segue elevada, tendo passado de 8,22% em outubro para 8,24% em novembro, sendo que a razão para esse patamar elevado está na baixa taxa de desemprego nos últimos anos.

A inflação de bens industriais permanece elevada no cálculo em 12 meses, tendo ultrapassado do patamar de 5,0% A/A em novembro, algo que não acontecia desde março de 2006. A variação dos preços industriais ainda deve ficar pressionada nos próximos meses devido aos efeitos defasados da depreciação cambial (que demoram para afetar esses preços) e aos aumentos de determinados impostos.

O IPCA de novembro veio abaixo do esperado pelo mercado, sendo que ele deve levar a uma revisão para baixo na inflação projetada para 2013. As expectativas para o IPCA de dezembro devem seguir elevadas. A projeção da SulAmérica Investimentos é de 0,79% M/M, o que faria o IPCA fechar o ano com variação de 5,77%. O aumento da inflação no final do ano deve decorrer em especial dos preços administrados, como gasolina, e dos preços de alimentos não comercializáveis e de serviços.

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