Capital Humano, Alocação de Capital e Seguro de Vida

Capital Humano, Alocação de Capital e Seguro de Vida

Capital Humano, Alocação de Capital e Seguro de Vida

Para a definição de um portfólio de investimento alinhado com o apetite ao risco do investidor individual, não basta apenas conhecer a propensão ao risco do investidor, ou seja, o quanto o investidor está disposto a assumir como risco mirando a possibilidade de um retorno superior[1]. É necessário também, conhecer a habilidade do investidor em relação à assunção de risco, avaliando um dos aspectos principais que é o capital humano.

O capital humano pode ser definido como o valor presente do que a pessoa acumulará durante sua vida laboral. Desta forma, alguns fatores que afetam o capital humano são: (i) capacidade de gerar renda (atual e futura); (ii) idade; e (iii) expectativa de tempo laboral.

Levando em consideração esses aspectos, podemos dizer que a riqueza total de um investidor é composta pelo seu capital humano (capacidade de gerar renda futura) e o capital financeiro (total de ativos financeiros).

Vale destacar que essas duas frentes usualmente tendem a ser inversamente proporcionais, ou seja, um jovem tende a ter um alto capital humano e baixo capital financeiro. À medida que o tempo passa, este investidor tende a acumular riqueza em forma de ativos e acaba reduzindo o seu capital humano em função de menor tempo laboral. Por fim, no momento da aposentadoria, o capital humano tende a ser baixo (ou nulo) e o capital financeiro tende a estar no seu máximo.

Dessa forma, compreender a habilidade do investidor para assunção de risco e determinar o portfólio ótimo, dependem desta relação entre o capital humano e capital financeiro. No exemplo anterior, o jovem possui uma tendência para maior assunção de risco, dado que possui menor capital financeiro e maior capacidade para recuperar eventuais perdas através do seu capital humano. Já um aposentado, tende a ter um menor apetite ao risco, dado que possui uma menor capacidade de gerar riqueza laboral e menor tempo para recuperar eventuais perdas no seu capital financeiro.

Portanto, um desafio na determinação do portfólio é alinhar a vontade do investidor na tomada de risco e sua efetiva habilidade para tomar risco. Entretanto, há um aspecto que o investidor não consegue controlar. Uma premissa básica para o cálculo do capital humano é que este investidor estará vivo e produtivo durante determinado período, onde conseguirá gerar renda. No entanto, há o risco de mortalidade, ou seja, o risco de a pessoa vir a falecer e não conseguir efetivar o capital humano calculado.

Para se proteger do risco de mortalidade, as seguradoras oferecem seguros de vida. Quanto maior for o capital humano, maior deverá ser o valor do seguro de vida para proteção em relação ao risco de mortalidade. Por consequência, o investidor deverá observar o seguro de vida como complementar ao portfólio de investimento, dado que sua função é a de proteger a capacidade futura de gerar riqueza.

Redator: Gustavo Rezende

[1] Ver modelo média-variância de Markowitz (1952) para mais informações sobre a teoria moderna de gestão de portfólios.

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