Hoje na Economia – 23/01/2020

Hoje na Economia – 23/01/2020

As preocupações com a disseminação do coronavírus da China para outros países, ameaçando o crescimento da economia mundial, alimentam a aversão ao risco nos mercados, nesta quinta-feira. O vírus, que surgiu na cidade de Wuhan, na região central da China, já infectou mais de 570 pessoas e causou ao menos 17 mortes, segundo fontes chinesas. Casos da doença já foram registrados em outros países, inclusive nos EUA.

Na Ásia, as bolsas chinesas fecharam em forte baixa no pregão de hoje. O índice Xangai Composto caiu 2,75%. Essa queda ocorreu às vésperas do feriado do ano-novo lunar, período de uma semana que começa amanhã (24) e vai manter os mercados financeiros da China fechados. Como milhões de chineses tradicionalmente viajam nesta época do ano, há temores de aumento na disseminação do coronavírus. No Japão, o índice Nikkei recuou 0,98% em Tóquio; o Hang Seng cedeu 1,52% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi caiu 0,93% em Seul. O índice regional MSCI Asia Pacific teve perda de 0,70% no pregão de hoje. A maior aversão ao risco favoreceu a moeda japonesa ante o dólar, que é cotado a 109,54 ienes nesta manhã, de 109,89 ienes de ontem à tarde.

Na Europa, os temores de uma maior disseminação do coronavírus derrubam as ações de turismo e mineradoras, nesta quinta-feira. No momento, o índice STOXX600 opera com queda de 0,19%. Em Londres, o FTSE100 também recua 0,19%, enquanto o CAC40 opera perto da estabilidade em Paris. Em Frankfurt, o DAX perde robusto -0,41%. O euro é negociado a US$ 1,1087, com ligeira queda (-0,04%) diante da moeda americana. Investidores na Europa também continuam acompanhando a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, e aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Não se espera por alterações nos juros básicos, mas se espera por sinalizações sobre mudança de estratégia e possível corte ainda neste ano.

No mercado americano, os futuros de ações operam entre margens estreitas sem definição clara de uma tendência. No momento, o índice futuro do Dow Jones mostra queda marginal de 0,10%; S&P 500 tem ligeiro recuo (-0,02%); Nasdaq avança apenas 0,03%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 1,736%, recuando 1,87%, refletindo a busca por segurança, em meio à aversão ao risco causada pelos temores de uma pandemia O índice DXY encontra-se estável, no nível de 97,54 pontos, sem definição de tendência, no momento.

Os futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã, em meio às preocupações com a disseminação do coronavírus, podendo comprometer o crescimento global, e diante do aumento dos estoques do produto nos EUA, reportado, ontem, pela American Petroleum Institute (API). Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para março é negociado a US$ 55,88/barril, com queda de 1,52%.

No Brasil, o IBGE divulga o IPCA-15 de janeiro, que segundo o consenso do mercado deverá mostrar inflação de 0,70% no mês e 4,30% no acumulado em doze meses. Um resultado inferior ao esperado pelo mercado deve aumentar as apostas de corte na taxa Selic na reunião de fevereiro, levando a quedas nos contratos mais curtos da curva de juros futuros, enquanto os contratos longos podem subir em linha com a alta das Treasuries, devido o aumento da aversão ao risco global. A bolsa, por sua vez, pode cair hoje, acompanhando o movimento internacional do mercado acionário.

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