Hoje na Economia – 04/03/2020

Hoje na Economia – 04/03/2020

Mercados iniciam os negócios, nesta quarta-feira, em meio ao otimismo gerado pelo resultado das primárias eleitorais ocorridas ontem em vários estados dos EUA, na chamada “super terça”, que voltaram a colocar no jogo o candidato Joe Biden como principal concorrente a presidente pelo Partido Democrata, podendo enfrentar Donald Trump, nas eleições deste ano. Investidores permanecem também monitorando a disseminação do coronavírus, principalmente, após o inesperado corte de juros, efetuado ontem pelo Fed, falhar em restaurar a confiança dos mercados.

Na Ásia, em um dia de elevada volatilidade, a maioria dos mercados fechou em alta. O índice MSCI Asia Pacific teve valorização de 0,20%. Na China, os indicadores de atividade continuam mostrando os impactos severos da epidemia sobre a atividade econômica. O índice de gerentes de compras (PMI) de serviços caiu de 51,8 em janeiro para 26,5 em fevereiro, enquanto o PMI composto, que abrange serviços e o setor industrial, recuou de 51,9 para 27,5 no mesmo período. Em Xangai o índice de ações Xangai Composto fechou com alta de 0,63%, enquanto o Hang Seng perdeu 0,24% em Hong Kong. No Japão, o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, voltou afirmar que o banco central está disposto a tomar medidas adicionais de estímulo se a epidemia do coronavírus afetar ainda mais a economia nipônica. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou com alta moderada de 0,08%. O dólar é negociado a 107,42 ienes, de 107,17 ienes de ontem à tarde. O sul-coreano Kospi apurou alta de 2,24% na bolsa de Seul, após o governo propor orçamento suplementar de US$ 10 bilhões para combater o coronavírus.

Na Europa, os indicadores econômicos ainda não registram efeitos pronunciados da epidemia sobre a atividade da região. O índice dos gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro subiu de 51,3 em janeiro para 51,6 em fevereiro, atingindo o maior patamar em seis meses, segundo pesquisa da IHS/Markit. As bolsas europeias operam no azul, nesta manhã. O índice STOXX600 tem alta de 1,15%. Londres sobe 1,40%; Paris avança 1,27%; Frankfurt tem valorização de 1.03%. O euro é negociado a US$ 1,1159 de US$ 1,1172 de ontem à tarde.

O juro pago pela Treasury de 10 anos caiu abaixo de 1% pela primeira vez em 150 anos. No momento, o yield do T-Note de 10 anos encontra-se em 0,949% ao ano, com queda de 5%. O dólar recuou frente às principais moedas após o inesperado corte de juros promovido pelo Fed ontem. O índice DXY flutua em torno de 97,2 pontos nesta manhã, refletindo a acomodação da moeda americana em relação às moedas fortes, mas se mantém em alta diante das divisas dos países emergentes. No mercado de ações, os futuros sinalizam para uma abertura em alta significativa para as bolsas de Nova York. No momento, o futuro do índice Dow Jones registra valorização de 2,05%; S&P 500 avança 1,88%; Nasdaq tem ganho de 2,07%.

As cotações das commodities também sobem, nesta manhã. O índice Geral de Commodity Bloomberg registra valorização de 0,25%, no momento. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para entrega em abril é cotado a US$ 47,46/barril, subindo 0,59%, no momento.

O mercado doméstico abre os negócios repercutindo a nota do Banco Central, divulgada ontem à noite, sobre os efeitos do coronavírus, afirmando que “monitora atentamente os impactos do surto do coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira”. Afirmou também que o impacto da desaceleração global sobre a economia brasileira poderá mais do que compensar os efeitos eventuais da crise sobre os preços dos ativos (leia-se sobre a taxa de câmbio). O texto reforça aposta em um novo corte na Selic, na reunião do Copom nos dias 17 e 18 próximos. Desta forma, esperamos que o Copom reduza a Selic de 4,25% atuais para 4,0% no encontro deste mês.

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