Hoje na Economia – 28/08/2020

Hoje na Economia – 28/08/2020

Mercados globais abrem os negócios, nesta sexta-feira, repercutindo o pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, que anunciou mudanças na estratégia de longo prazo na condução da política monetária, centrada numa postura mais tolerante com a inflação, quando a prioridade for estimular o crescimento econômico.

A curva de yield americana reagiu acentuando a inclinação, levando o juro pago pelo T-Bond de 10 anos para 0,76% ao ano, mais elevado desde junho passado, quando a economia americana havia superado o pior momento do choque da pandemia de coronavírus. O índice DXY do dólar recuou para o nível mais baixo dos últimos 30 dias, situando em 92,38 pontos, com queda de 0,66%, nesta manhã. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta: o futuro do Dow Jones sobe 0,52%, no momento; S&P 500 avança 0,42%; Nasdaq recua 0,11%, refletindo movimentos de realização de lucros após as altas recentes. Na agenda econômica, serão divulgados a renda e gastos pessoais de julho, que apesar da queda esperada na renda (-0,3% m/m), o consumo pessoal deve subir 1,6% m/m, por conta dos programas governamentais de sustentação da renda. A inflação medida pelo deflator do consumo (PCE) deve subir 1,0% para o índice cheio na comparação anual de junho, enquanto o seu núcleo (Core PCE) deve mostrar alta anual de 1,2%, segundo as projeções do mercado.

Na Ásia, as bolsas da região não mostraram direcional único. O índice MSCI Asia Pacific fechou, esta sexta-feira, próximo da estabilidade. No Japão, o anúncio da renúncia do primeiro-ministro Shinzo Abe, por motivos de saúde, derrubou as bolsas japonesas e fortaleceu o iene. O índice Nikkei apurou perda de 1,41%, enquanto o dólar é cotado a 105,52 ienes, com a moeda japonesa se valorizando 1,0% diante da divisa americana. Em outras partes da Ásia, o tom positivo predominou, após o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizar que os juros nos EUA vão permanecer nos baixos patamares atuais por longo período de tempo. Na China, o índice Xangai Composto subiu 1,60%, o Hang Seng apurou alta de 0,56% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi se valorizou 0,40% em Seul; o Taiex, por sua vez, fechou o dia com queda de 0,53% em Taiwan.

No mercado europeu, as bolsas de ações ensaiaram um movimento de alta na abertura, mas cederam diante da continuidade da forte valorização do euro diante das principais moedas. No momento, a moeda comum é negociada a US$ 1,1909 se valorizando 0,74% frente à moeda americana. Essa tendência se acentuou após a divulgação do índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, que subiu de 82,4 em julho para 87,7 em agosto, mantendo a recuperação após o choque do coronavírus. No mercado de ações, o índice pan-europeu, STOXX600, tem queda de 0,23%; em Paris, o CAC40 apresenta discreta perda de 0,02%; o DAX recua 0,21% em Frankfurt. Em Londres, na contramão dos demais mercados da região, o índice FTSE100 se valoriza 0,20%, no momento.

Os contratos futuros de petróleo operam em baixa na madrugada desta sexta-feira, após o arrefecimento do furacão Laura, que acabou não afetando as instalações petrolíferas no Texas e Louisiana. O futuro do petróleo tipo WTI para outubro é negociado a US$ 42,99/barril, com queda de 0,12%, nesta manhã.

No mercado doméstico, em meio às incertezas sobre a trajetória prospectiva da política fiscal, o ministro Paulo Guedes deve levar ao presidente Bolsonaro a proposta de estender o auxílio emergencial no valor de R$ 300,00 até dezembro. Chegou-se, assim, ao valor que o presidente desejava. A definição do programa de transferência de renda, Renda Brasil, fica para outra oportunidade. A Bovespa deve subir acompanhando os futuros de ações americanos, enquanto o real pode se beneficiar da fraqueza global do dólar no dia de hoje. Os juros futuros flutuarão ao sabor das notícias sobre a questão fiscal.

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