Economic Highlight – PIB (3º Trimestre 2020)

Economic Highlight – PIB (3º Trimestre 2020)

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve crescimento de 7,7% T/T no 3º trimestre, abaixo do que era previsto pela SulAmérica Investimentos (8,8%) e pela mediana de projeções do mercado (8,7%). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior houve queda de -3,9% e a variação em 4 trimestres diminuiu de -2,1% para -3,4%.

No entanto, é importante destacar que houve revisão para cima nos dados anteriores, com atualização das contas nacionais anuais, de tal forma que o crescimento do PIB em 2018 e 2019 foi revisto de 1,3% e 1,1% para 1,8% e 1,4%, respectivamente. As variações trimestrais de 2020 também foram revistas, com a queda do 1º trimestre passando de -2,5% T/T para -1,6% T/T e a do 3º trimestre de -9,7% T/T para -9,6% T/T. Assim, o nível do PIB no 2º trimestre de 2020 agora é 1,4% acima do divulgado anteriormente, e mesmo com a frustração com crescimento na margem, o nível do PIB do 3º trimestre de 2020 está 0,3% acima do previsto.

Do lado da oferta houve crescimento mais forte na indústria (14,8% T/T), que havia sido o setor que também teve maior queda no trimestre anterior (-13,1% T/T). Destaque para a indústria de transformação, que após recuar -1,1% e -19,1% no 1º e 2º trimestre teve expansão de 23,7% no 3º trimestre, basicamente voltando ao nível visto em média no 1º trimestre. O setor de serviços teve crescimento de 6,3% T/T, recuperando-se apenas parcialmente da queda vista nos trimestres anteriores (-1,5% T/T no 1º trimestre e -9,4% T/T no 2º trimestre). Já a agropecuária teve queda na margem, de -0,5% T/T.

Do lado da demanda, o maior crescimento ocorreu no investimento, com variação de 11,0% T/T, após queda de -16,5% T/T no trimestre anterior. A recuperação também ocorreu em outros componentes da demanda interna, mas em magnitude menor. O consumo das famílias subiu 7,6% T/T, após ter caído -13,0% nos dois trimestres anteriores, enquanto os gastos do governo subiram 3,5% T/T, também recuperando-se apenas parcialmente da contração de -8,2% nos dois trimestres anteriores. A demanda externa seguiu com contribuição positiva para o PIB trimestral, mas em menor magnitude (0,9 pp contra 1,7 pp do trimestre anterior), porque houve queda nas exportações (passaram de 1,6% T/T para -2,1% T/T) e menor queda das importações (passaram de -12,5% T/T para -9,6% T/T).

Um dado para se destacar é a taxa de poupança brasileira, que, assim como em outros países, segue alta. A taxa em 4 trimestres móveis em relação ao PIB subiu durante esse período de pandemia, de 12,5% no final de 2019 para 14,0% no 3º trimestre de 2020. A diminuição dessa poupança em 2021 pode compensar parcialmente a redução dos estímulos fiscais, algo que já é visto ocorrendo em países como EUA, em que o tamanho do estímulo fiscal já diminuiu.

A projeção da SulAmérica Investimentos para o PIB de 2020 foi revista para cima, de -4,6% para -4,4%, com o maior carregamento estatístico causado pela revisão para cima nos dados anteriores. O PIB do 4º trimestre deve mostrar desaceleração em relação ao do 3º, com variação estimada de 2,0% T/T. Para 2021, o carregamento estatístico de 2,6 pp deve ser o grande responsável pelo crescimento estimado de 3,6%, que será ajudado também pela volta à normalidade da mobilidade com avanços de vacinação da população, que beneficia a recuperação do setor de serviços.

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