Hoje na Economia – 06/01/2021

Hoje na Economia – 06/01/2021

Mercados internacionais operam sem direcional claro nesta manhã, enquanto se aguarda pelo resultado das eleições nos EUA para o senado pelo estado da Geórgia, que poderá influenciar o direcionamento da política econômica do presidente eleito Joe Biden. Segundo fontes de notícias, o democrata Raphael Warnock estaria matematicamente eleito senador pela Geórgia, enquanto outros veículos projetam chances de 90% para os democratas ficarem com as duas vagas em disputa, assegurando maioria democrata no Congresso.

Essa possibilidade leva o mercado a precificar maiores gastos fiscais, elevação de impostos e maiores controles, o que poderia resultar em aumento do déficit fiscal, inflação e juros em alta. Por conta desses temores, os juros das Treasuries sobem com força nesta manhã. O juro pago pela Treasury de 10 anos superou 1,0% ao ano pela primeira vez desde março passado. No mercado de ações, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em queda. O futuro do Dow Jones recua -0,28%; S&P cai -0,67%; Nasdaq tem queda de -2,01%, neste caso, refletindo também o cerco às chamadas giant techs patrocinado pelo presidente Trump nos estertores de seu mandato. O dólar segue em queda: o índice DXY recua 0,15%, situando-se em 89,32 pontos. Na agenda econômica, merece destaque a divulgação da folha de pagamento do setor privado pela ADP, que deve reforçar o enfraquecimento do mercado de trabalho americano em dezembro. Segundo as projeções, o setor privado criou liquidamente 75 mil vagas em dezembro, contra 307 mil em novembro.

Na Europa, sem perder de vista as apurações das eleições americanas no estado da Geórgia, os investidores focam nas chances de se contar com novas vacinas, como também avaliam os indicadores econômicos divulgados pela IHS/Markit, que mostram ligeira melhora na atividade da região. O índice de gerente de compras (PMI) composto da zona do euro saltou de 45,3 em novembro para 49,1 em dezembro, refletindo avanço do setor industrial pelo sexto mês consecutivo, enquanto os serviços permanecem em contração, devido ao isolamento social imposto pela segunda onda de covid-19. Nesta manhã, o índice pan-europeu de ações opera em alta de 0,19%. Em Londres, o FTSE100 registra valorização de 0,75%; o CAC40 sobe 0,25% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,21%. O euro é cotado a US$ 1,2333, valorizando 0,28% ante a divisa americana.

Na Ásia, os pregões foram marcados pelas expectativas em torno das eleições do senado norte-americano na Geórgia, impondo cautela entre os investidores. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific fechou estável, interrompendo oito pregões consecutivos de alta. Na China, o índice Xangai Composto fechou com alta de 0,63%, com os investidores não se importando com a decisão do presidente Donald Trump de proibir transações com oito empresas de aplicativos de software chineses, incluindo o Ant Group Alipay e o WeChat. No Japão, o índice Nikkei recuou -0,38% em Tóquio, pesando o avanço do covid-19, impondo medidas duras de restrição social. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou com alta modesta de 0,15%, enquanto o sul-coreano Kospi recuou -0,75% em Seul.

No mercado de petróleo, os contratos futuros operam entre altos e baixos, após a Opep+ decidir manter uma postura cautelosa na oferta da commodity. A Arábia Saudita deve cortar sua produção em 1 milhão de barris por dia em fevereiro, tentando compensar a possível elevação da produção da Rússia. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 49,92/barril, com queda de -0,10%.

No Brasil, os mercados devem acompanhar a cautela observada no exterior, por conta da evolução das eleições nos EUA. Ibovespa deve abrir em baixa seguindo os futuros americanos, enquanto o real pode se beneficiar da fraqueza do dólar e os juros longos subirem acompanhando a alta dos juros das Treasuries.

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