Hoje na Economia – 29/01/2021

Hoje na Economia – 29/01/2021

A aversão ao risco volta a predominar no dia de hoje. A maioria das bolsas internacionais opera no vermelho. Aos temores causados pelos ataques especulativos em Wall Street nos últimos dias se juntam as incertezas sobre o ritmo de vacinação contra a covid-19. Além disso, há dúvidas sobre a capacidade do presidente dos EUA, Joe Biden, de conseguir aprovar seu pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão, após rumores de que o pacote seria dividido em duas partes.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, encerrando a pior semana para os mercados de ações asiáticos desde abril passado. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific encerrou o dia com queda de 1,0%. Na China, as taxas de juros de curto prazo (money-market) subiram para o maior patamar dos últimos seis anos, refletindo o enxugamento de liquidez proporcionado pelo banco central chinês, preocupado em desinflar bolhas em alguns ativos. O índice Xangai Composto caiu 0,63% no pregão de hoje. Em Hong Kong, o índice Hang Seng perdeu 0,94%. Em outras bolsas, as quedas decorreram de fortes baixas nas empresas fabricantes de chips, como Samsung Electronics; TSMC; Tokio Electron. O sul-coreano Kospi desvalorizou 3,03% em Seul; em Tóquio, o índice Nikkei perdeu 1,89%. No mercado de moeda, o dólar é cotado a 104,86 ienes contra 104,26 ienes do final da tarde de ontem.

Em meio a esse ambiente de menor apetite ao risco, o dólar caminha para fechar a sua melhor semana desde outubro passado. O índice DXY do dólar, que apura o valor da moeda americana diante de uma cesta de moedas fortes, encontra-se em 90,66 pontos, subindo 0,22%, nesta manhã. O juro da Treasury de 10 anos encontra-se estável em 1,05% ao ano. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa nesta manhã: Dow Jones recua -0,75%; S&P 500 cai -0,88% e o Nasdaq perde -1,10%. Os investidores estarão de olho nos balanços trimestrais da Chevron e da Caterpillar que serão divulgados hoje, bem como na agenda econômica, contemplando dados sobre a renda pessoal, gastos pessoais e inflação medida pelo PCE, todos referentes ao mês de dezembro.

Na Europa, as bolsas locais abriram em forte baixa, com investidores mostrando-se preocupados com os ataques especulativos ocorridos em Wall Street. A lentidão com que avança o programa de vacinação da população europeia também pesa sobre o humor dos investidores. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 0,98%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,80%; o CAC 40 desvaloriza 1,06% em Paris; em Frankfurt, o DAX registra queda de 1,0%. O euro é negociado a US$ 1,2109, se desvalorizando 0,11% ante ao dólar. Foi divulgada a primeira estimativa do PIB da Alemanha do 4º trimestre, que superou as projeções do mercado. O PIB cresceu 0,1% T/T (previsão era estabilidade), em meio a restrições para conter o contágio por covid-19, e caiu 3,9% na comparação com igual trimestre de 2019 (projeção: -4,0%).

Os contratos futuros de petróleo operaram no negativo ao longo da madrugada, prevalecendo temores sobre o impacto da pandemia de covid-19 na demanda futura da commodity. No momento, o contrato futuro do produto tipo WTI, para entrega em março, é negociado a US$ 52,46/barril, com alta de 0,23%.

A Bovespa deve abrir em baixa, em linha com o sinalizado pelos futuros das bolsas de Nova York, acompanhando o ambiente volátil decorrente da onda especulativa em Nova York. Nesse ambiente de maior aversão ao risco que marca o dia de hoje, o dólar deve subir ante ao real, enquanto os juros devem se manter pressionados.

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