Índices econômicos 09/02/2021 – IPCA (jan/21)

Índices econômicos 09/02/2021 – IPCA (jan/21)

A inflação ao consumidor medida pelo IPCA teve alta de 0,25% M/M em janeiro, abaixo do que era esperado pela SulAmérica Investimentos (0,34%) e pela mediana de projeções do mercado (0,31%). O IPCA de jan/21 foi 4 pb acima do visto em jan/20 (0,21% M/M), o que fez a variação em 12 meses subir de 4,52% A/A para 4,56% A/A.

Houve forte desaceleração em relação aos meses anterior (0,72% M/M em média no 2º semestre de 2021 e 1,35% M/M em dez/20), com variação menor em todos os grupos. Os maiores destaques de queda foram

  • Habitação (de +2,88% M/M para -1,07% M/M), com a redução do preço de energia elétrica de +9,34% M/M para -5,6% M/M devido à mudança de bandeira tarifária de vermelha 2 para amarela;
  • Transportes (de 1,36% M/M para 0,41% M/M), com o aumento de preços de combustíveis (de 1,56% M/M para 2,13% M/M) sendo mais que compensado pela queda de preço de passagem aérea (de +28,05% M/M para -19,93% M/M);
  • Alimentação e bebidas (de 1,74% M/M para 1,02% M/M), com leve queda nos preços de carnes (-0,08% M/M) após fortes altas nos meses anteriores (3,58% M/M em dez/20);

A surpresa em relação às projeções se concentrou nos preços de Alimentação e bebidas, em especial nos itens tradeables (0,67% M/M contra 1,56% M/M esperados), como as carnes mencionadas acima. Houve surpresa para baixo também nos alimentos nontradeables, mas bem menor (2,14% M/M contra 2,59% M/M esperados).

As medidas subjacentes de inflação arrefeceram em relação aos meses anteriores. A média dos cinco núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,45% M/M no IPCA de janeiro, contra 0,65% M/M no IPCA de dezembro e no IPCA-15 de janeiro. Esse nível, no entanto, ainda é acima do centro da meta de inflação quando anualizado (5,5% contra 3,75%). A inflação de bens industriais e serviços ficou em 0,41% M/M em jan/21, contra 0,65% M/M em dez/20 e 0,09% M/M em jan/20. Em 12 meses ela subiu devido à base baixa de comparação, passando de 2,3% A/A para 2,6% A/A, mas na margem houve redução importante, em especial nos bens industriais, que passaram de 0,91% M/M para 0,60% M/M, mostrando menor efeito da pressão no atacado.

A inflação deve voltar a ficar mais alta em fevereiro, com aumentos em especial nos preços administrados, como combustíveis, que tiveram reajustes relevantes anunciados pela Petrobras nas últimas semanas. Os preços de alimentos também podem voltar a subir, seguindo com defasagem o que ocorre no atacado, em que houve queda em dezembro, mas alta forte em janeiro. Para o ano de 2021 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de variação de 3,6% no IPCA.

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