Índice econômico 10/02/2021 – Vendas no Varejo (Dez/20)

Índice econômico 10/02/2021 – Vendas no Varejo (Dez/20)

As vendas no varejo em dezembro no Brasil tiveram queda de -6,1% M/M, bem mais intensa que a projetada pela SulAmérica Investimentos (-0,3% M/M) e pela mediana de expectativas do mercado (-0,8% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano passado houve alta de 1,1% A/A, uma desaceleração em relação aos meses anteriores (3,5% A/A em nov/20 e 8,4% A/A em out/20).

A queda nas vendas no varejo em dezembro fez com que índice dessazonalizado voltasse ao patamar de fevereiro. Assim, as vendas chegaram a cair 20% entre março e abril, no auge da pandemia, se recuperaram até 106% do nível normal em outubro e novembro, e agora voltaram a ficar no nível pré-pandemia no final do ano.

A contração nas vendas em dezembro foi generalizada, ocorrendo em todos os grupos. No entanto, ela ocorreu de forma bem mais intensa em alguns grupos, indicando que fatores pontuais podem ter afetado seu desempenho em dezembro.

Houve quedas de -13,8% M/M em Outros artigos de uso pessoal e -13,3% M/M em Vestuário e calçados, sendo, de longe, as mais intensas dentre os 8 grupos que compõem o varejo restrito. Esse recuo pode ter sido causado pelas medidas de restrição de mobilidade, em especial fechamento de lojas em shopping centers e lojas de rua próximo dos feriados de final de ano, devido ao recrudescimento da pandemia de Covid-19.

Outros dois grupos com quedas muito fortes foram Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-6,8% M/M) e Móveis e eletrodomésticos (-3,7% M/M). Além dos fatores mencionados acima, também pesou nesses grupos a antecipação de vendas, normalmente concentradas no final do ano, em outros momentos, devido a promoções, mais tempo dentro de casa ou maior concentração de compras no comércio online.

As quedas nos outros segmentos foram bem menos intensas, com destaque para redução de -0,3% M/M em Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e -1,6% M/M em Artigos farmacêuticos, que costumam ter variações negativas menores devido à sua maior essencialidade.

O varejo ampliado teve queda menos intensa que a vista no varejo restrito, de -3,7% M/M contra -6,1% M/M. Os dois grupos que são adicionados ao grupo restrito para formar o varejo ampliado tiveram quedas menos intensas também: -1,8% M/M em Material de Construção e -2,6% M/M, em Veículos, motos, partes e peças. As lojas de material de construção civil, ao serem consideradas essenciais durante lockdowns, podem ter sido beneficiadas em relação às outras.

A forte queda nas vendas no varejo em dezembro, dessa forma, pode ser atribuída a diversos fatores. Além do menor tempo em que estabelecimentos físicos ficaram abertos e antecipação de vendas, a queda na massa salarial ampliada também foi outro fator. O auxílio emergencial ainda foi pago no final do ano, na quantia de R$ 18 bi no mês de dezembro, porém a 13ª parcela de aposentadoria foi antecipada para a metade do ano, diminuindo a renda dessazonalizada no final do ano. Em janeiro deve ocorrer outra queda nas vendas no varejo, devido à retirada do auxílio emergencial, segunda onda de Covid-19 e mais medidas de restrição à mobilidade impostas em diversos estados, com a expectativa da SulAmérica Investimentos sendo de redução de -4% M/M no volume. As vendas devem se recuperar no restante do ano, com a variação esperada em 2021 sendo de 4,5%, contra 1,2% vista em 2020.

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