Hoje na Economia – 22/02/2021

Hoje na Economia – 22/02/2021

As principais bolsas internacionais iniciam a semana operando com quedas significativas. A alta dos juros dos Treasuries segue no radar dos investidores nesta semana, em que prosseguirão as discussões em torno do pacote fiscal proposto pelo governo dos EUA e de olho nos dados sobre inflação a serem divulgados nos próximos dias. O avanço muito rápido do retorno dos Treasuries lança preocupações sobre a rentabilidade de empresas dependentes de crédito, ao mesmo tempo em que reduz a atratividade das ações.

No mercado americano, o rendimento da T-Note de 10 anos vem operando nos maiores níveis em doze meses desde a semana passada. Hoje o juro pago por esse papel subiu 4 pontos base para 1,38% ao ano. Esse movimento reflete os dados fortes que vêm sendo divulgados nas últimas semanas, renovando preocupações inflacionárias, impulsionando os juros e o dólar. O índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, sobe 0,21%, nesta manhã, situando-se em 90,55 pontos. Hoje será divulgado o índice nacional de atividade, elaborado pelo Fed de Chicago, que deve mostrar alta de 0,50% em janeiro, segundo o consenso do mercado, reforçando o momento de expansão da economia americana. No mercado futuro de ações das bolsas de Nova York, o Dow Jones recua -0,66%; S&P perde -0,80%; Nasdaq tem queda de -1,36%.

Na Ásia, o movimento de baixa prevaleceu em boa parte das bolsas da região. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, fechou com alta de 0,20% na sessão de hoje. Investidores de olho na evolução dos rendimentos dos Treasuries, como também acompanham os sinais dados pelo Banco Central da China (PBoC), que manteve o seu juro básico inalterado pelo décimo mês consecutivo. Crescem temores de que o PBoC volte a apertar sua política monetária nos próximos meses, diante dos sinais de que a economia segue em firme trajetória de recuperação após o choque do Covid-19. Na China, o índice Xangai Composto recuou -1,54% no pregão de hoje. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou com recuo de -1,06%; o sul-coreano Kospi perdeu -0,90% em Seul. No Japão, o índice Nikkei subiu 0,46% em Tóquio, enquanto o Taiex registrou alta de 0,42% em Taiwan. O dólar é negociado a 105,74 ienes, contra 105,42 ienes de sexta-feira à tarde.

Na Europa, as bolsas abriram com quedas pesadas, mas atenuaram o movimento após a divulgação do índice alemão Ifo de sentimento das empresas, que teve alta inesperada em fevereiro, a 92,4 pontos, contra previsão de 90,1 pontos. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de -1,0%. Em Londres, o FTSE100 cai -0,81%; o CAC40 perde -0,85% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza -1,03%. O euro é negociado a US$ 1,2108, perdendo 0,09% ante a moeda americana. Da mesma forma, a libra inglesa cotada a US$ 1,4009, recua 0,05%.

No mercado de petróleo, o produto tipo WTI para março é negociado a US$ 59,53/barril, com alta de 0,49%, com investidores monitorando a retomada da produção da commodity no Texas após a suspensão causada pela forte nevasca que caiu na região.

No âmbito doméstico, a questão fiscal rouba as atenções. No Senado será apresentado relatório sobre a PEC Emergencial, que busca viabilizar legalmente nova rodada de auxílio emergencial. O episódio envolvendo a Petrobrás deve ter novos desdobramentos. A Bovespa deve abrir em baixa, não só em linha com o exterior, mas diante do evento Petrobras, que também ajuda a contaminar os papéis de outras estatais. Os DIs devem abrir pressionados à espera do IPCA-15, que será divulgado na quarta-feira, e pela elevação dos juros externos. O dólar deve subir, não só por conta da sua valorização global, como também pela percepção de maior risco após as investidas do governo contra a Petrobras.

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