Hoje na Economia – 26/02/2021

Hoje na Economia – 26/02/2021

O mesmo ambiente de aversão ao risco, responsável pela derrubada das bolsas internacionais no pregão de ontem, permanece nesta manhã de sexta-feira. A forte alta no rendimento das Treasuries, que superaram ontem 1,61% ao ano para o papel de 10 anos, que reflete o crescente otimismo de que a economia global vai se recuperar, alimenta, também, as expectativas de inflação e temores de que o Fed volte a subir os juros básicos mais cedo do que se espera.

Na Ásia, as bolsas locais fecharam em forte baixa. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific registrou queda de 2,0%, com ações de tecnologia registrando perdas significativas. O índice acionário japonês, Nikkei, liderou as perdas na região, com perda de 3,99% em Tóquio. O Hang Seng caiu 3,64% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi perdeu 2,80% em Seul. Na China, o Xangai Composto apurou perda de 2,12%, enquanto em Taiwan, o Taiex desvalorizou 3,03%. No mercado de moeda, o iene tem ligeira apreciação, com o dólar valendo 106,14 ienes.

Nesta manhã, os rendimentos das treasuries mostram-se mais acomodados. O juro da T-Note de 10 anos recuou para 1,45% ao ano, enquanto o yield do T-Note de 2 anos caiu para 0,148% ao ano. O dólar opera com alta moderada, segundo o índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a seis divisas relevantes, que se situa em 90,32 pontos, subindo 0,21% no momento. Hoje os investidores estarão de olho nos dados de renda e gasto pessoal de janeiro, mas com especial atenção para a inflação medida pelo deflator dos gastos pessoais (PCE), que em janeiro deve mostrar alta de 0,3% para o índice cheio e 0,1% para ao seu núcleo (Core PCE), na comparação mensal. Em relação a janeiro de 2020, tanto o índice cheio como o seu núcleo apresentarão alta de 1,4%. Diante da expectativa de forte retomada do crescimento econômico, os investidores começaram a buscar papeis cíclicos em detrimento aos de tecnologia, o que resultou na forte queda no Nasdaq (-3,53%) na sessão de ontem. Após o tombo de ontem, os índices futuros da bolsa de Nova York apontam para um dia de recuperação: o futuro do Nasdaq opera com alta de 0,33%; o Dow Jones sobe 0,15%; S&P 500 valoriza 0,27%.

As bolsas europeias abriram com baixas significativas, acompanhando as quedas registradas pelas bolsas de Nova York na quinta-feira e também influenciadas pelas perdas verificadas na Ásia. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 0,35%. Em Londres, o FTSE100 tem recuo marginal de 0,10%; o CAC 40 cai 0,33% em Paris; em Frankfurt, o DAX tem queda discreta de 0,03%. O euro é cotado a US$ 1,2140, com desvalorização de 0,29%; a libra inglesa vale US$ 1,3955, se depreciando 0,42%.

As cotações do petróleo recuam nesta manhã, motivadas pela valorização da moeda americana e pela expectativa de que a oferta volte a crescer, após os preços terem retornado aos níveis anteriores à crise do coronavírus. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, para abril, é negociado a US$ 62,92/barril, com queda de 0,98%.

No Brasil, o IBGE divulga a pesquisa PNAD Contínua, que deve mostrar que no trimestre terminado em dezembro a taxa de desemprego ficou em 14%, segundo as projeções do mercado. Os ativos domésticos permanecerão à mercê da evolução das treasuries e seus impactos sobre as bolsas americanas e no dólar. Ademais, o quadro político doméstico não ajuda diante das incertezas fiscais, riscos de intervencionismo do governo em estatais e recrudescimento da pandemia. A Bovespa pode abrir em baixa, influenciada pelos fracos resultados de Vale, enquanto os juros futuros devem seguir pressionados e o real deve se desvalorizar diante dos riscos domésticos e um dólar mais forte no exterior.

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