Índice econômico – Produção Industrial (Jan/21)

Índice econômico – Produção Industrial (Jan/21)

A produção industrial brasileira teve alta de 0,4% M/M, igual à mediana de projeções do mercado (0,4%) e ligeiramente abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,5%). Esse é o nono mês consecutivo de expansão da produção industrial, que mais que recuperou a queda advinda dos efeitos da pandemia de Covid-19, estando 3,7% acima do nível de fevereiro. A desaceleração na margem prossegue, com o ritmo de crescimento em janeiro sendo metade do visto em dezembro, e bem inferior à média do 3º trimestre (5,0% M/M) e mesmo do 4º trimestre (1,0% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve desaceleração também, com a variação passando de 8,3% A/A para 2,0% A/A. A variação em 12 meses segue negativa, mas está ficando menor, passando de -4,5% para -4,2%.

Houve contração de -0,1% M/M na indústria de transformação em janeiro, enquanto o setor extrativo mineral teve alta de 1,5% M/M. Nas categorias de uso houve expansão em duas (bens de capital +4,5% M/M e bens de consumo não duráveis +2,0% M/M), enquanto houve recuos de -0,7% M/M na produção de bens de consumo duráveis e -1,3% M/M na produção de bens intermediários. A queda na margem nessas categorias ocorre em especial devido à falta de insumos, com a demanda tendo avançado bem mais que a oferta em diversos segmentos da indústria global, e começando a afetar a produção em diversos países.

A produção de bens de capital segue sendo destaque de alta, tendo até acelerado seu ritmo de crescimento em relação ao já elevado visto em dez/20 (+3,0% M/M). A alta de 4,5% M/M em jan/21 é mais baixa que a média vista entre maio e novembro (13,0% M/M), mas ainda é bastante elevada, em especial considerando-se que a produção de bens de capital está 21,8% acima do nível pré-pandemia (mas ainda 16% abaixo do último pico, em jul/13). Outras categorias de uso estão com altas mais modestas, entre 1,6% em bens duráveis e 2,7% em bens intermediários. A produção de insumos típicos para construção civil teve queda na margem, de -0,1% M/M, mas ainda está em patamar elevado, 12.3% acima do visto antes da pandemia.

Os próximos meses devem mostrar mais desaceleração na margem na produção industrial. A dificuldade em crescer muito além do nível pré-pandemia deve aparecer mais com escassez de determinados insumos. A volta de medidas de restrição de mobilidade devido ao recrudescimento da pandemia também deve impedir o uso de turnos extras para satisfazer essa demanda. As expectativas também estão em queda, com a confiança da indústria tendo recuado nos últimos meses, mesmo sendo o melhor índice de confiança setorial (bem melhor que serviços ou comércio, por exemplo) e estando em patamar relativamente elevado. O estímulo fiscal que deve ocorrer deve ser menor que o visto no ano passado, não resultando em aumento tão expressivo de demanda. Dessa forma, a indústria deve mostrar crescimento menor na margem nos próximos meses, mas com recuperação no segundo semestre, com a normalização da oferta de insumos e avanço no controle da pandemia, com vacinação. A expectativa da SulAmérica Investimentos para a produção industrial de 2021 é de alta de 9,4%, contra queda de -4,5% em 2020, em boa parte devido ao carregamento estatístico elevado, de mais de 10% agora.

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