Índices econômicos – IPCA-15 (mar/21)

Índices econômicos – IPCA-15 (mar/21)

A inflação medida pelo IPCA-15 em março foi de 0,93% M/M, abaixo da mediana de projeções do mercado (0,96%), mas acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,91%). A variação de preços em mar/21 foi bem maior que no mesmo mês do ano anterior (0,02%), sendo também a mais elevada desde mar/15 (1,24%). Em 12 meses a inflação seguiu subindo, passando de 4,57% A/A para 5,52% A/A.

O aumento da inflação em relação ao mês anterior (0,48% M/M) ocorreu em especial no grupo Transportes, que passou de 1,11% M/M para 3,79% M/M, e em Habitação, que passou de -0,74% M/M para +0,71% M/M. Esses dois grupos juntos foram responsáveis por 76 pp da alta entre um mês e outro (de 45 pp). Em compensação houve quedas importantes em Educação (de 2,39% M/M para -0,51% M/M) e Alimentação e bebidas (de 0,56% M/M para 0,12% M/M), que diminuíram o IPCA em 27 pp.

Dentro da variação de 0,93% M/M do mês de março, cerca de 80% dela veio de itens relacionados a combustíveis, que tiveram fortes aumentos nas últimas semanas devido à elevação no preço internacional do petróleo e depreciação do real. A gasolina sozinha subiu 11,18% M/M e o etanol 16,38% M/M, contribuindo com 0,56 pp e 0,11 pp do IPCA total. Houve altas com menor impacto de diesel (10,66% M/M) e gás de botijão (4,6% M/M).

As medidas de inflação subjacente ficaram basicamente estáveis. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,41% M/M, contra 0,47% M/M do IPCA-15 do mês anterior. Em termos dessazonalizados, a média dos 5 núcleos ficou em 0,44% M/M no IPCA-15 de março, mesmo nível do IPCA-15 de fevereiro e 0,01 pp abaixo do IPCA de fevereiro.

A inflação de serviços seguiu em patamares baixos, com variação de 0,08% M/M em março contra 0,51% M/M em fevereiro. O índice em 12 meses subiu de 1,28% A/A par 1,55% A/A, mas ainda abaixo do patamar final do ano anterior, de 1,79% A/A. A inflação de serviços subjacentes ficou em 0,42% M/M em março, contra 0,37% M/M em fevereiro. Em 12 meses, esse índice aumentou de 2,74% A/A para 3,17% A/A.

A inflação de bens industriais seguiu pressionada, refletindo o aumento nos preços ao produtor. Na margem ela subiu de 0,60% M/M em fevereiro para 1,00% M/M em março, a maior taxa de variação desde fev/16. Em 12 meses ela também seguiu subindo, passando de 4,12% A/A para 4,69% A/A, o maior patamar desde jan/17.

O IPCA fechado do mês deve ter variação de 1,0% M/M, com aceleração nos preços de combustíveis. No entanto, na margem, já há quedas nos preços de refinarias, devido ao recuo nos preços internacionais e estabilização do câmbio em patamar menor, então o IPCA de abril deve ser menor, em torno de 0,5% M/M. O IPCA em 12 meses deve seguir subindo, chegando a quase 7,7% A/A na metade do ano, e devendo terminar o ano em 4,8%.

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