Índice econômico – produção industrial (mar/21)

Índice econômico – produção industrial (mar/21)

A produção industrial brasileira em março teve queda de -2,4% M/M, ficando entre a projeção da SulAmérica Investimentos (-1,9%) e a mediana de expectativas do mercado (-3,0%).  Esse foi o segundo mês consecutivo de contração, refletindo as maiores restrições de mobilidade no país, e com o dado de janeiro tendo sido revisto ligeiramente para baixo, de -0,9% M/M para -1,0% M/M.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve alta de 10,4% A/A, devido à baixa base de comparação. Março e abril de 2020 foram os meses em que a atividade industrial foi mais comprometida pela pandemia de Covid-19, com quedas de -7,9% M/M e -19,8% M/M, respectivamente. A contração de -1,0% e -2,4% em fevereiro e março de 2021 mostram que o setor produtivo está mais adaptado às restrições impostas pela pandemia, com efeitos menores sobre o nível de atividade.

No 1º trimestre, a produção industrial teve queda de -0,4% T/T, influenciada pela queda nos dois últimos meses. Isso interrompe a trajetória de recuperação vista nos dois trimestres anteriores, nos quais a produção industrial superou o patamar anterior à pandemia, com maior demanda por bens, ficando no maior nível desde 2015.

Nas categorias de uso, houve pequeno crescimento na produção de bens intermediários (+0,2% M/M). A queda foi mais pronunciada na produção de bens de consumo não duráveis (-10,2% M/M), bens de consumo duráveis (-7,8% M/M) e bens de capital (-6,9% M/M). O comportamento da indústria indica que prevê que a paralisação deve ser temporária e não quer repetir os erros de 2020, que levaram à queda dos estoques de insumos, que atualmente paralisa boa parte do setor.

Em março, o nível dessazonalizado da produção industrial geral está igual ao visto em fevereiro de 2020, imediatamente antes da pandemia. Dentre as categorias de uso, a produção de bens de consumo está mais baixa que antes da pandemia, com bens duráveis 12,1% abaixo e não duráveis 8,6% abaixo. Por outro lado, a produção de bens intermediários está 4,2% acima do nível pré pandemia, enquanto a produção de bens de capital está 9% acima, mesmo com a queda no mês.

Nos próximos meses a produção industrial deve subir, recuperando-se da queda causada pela nova onda de Covid-19. A demanda por bens deve permanecer elevada, com a nova rodada de auxílio emergencial aumentando a renda das famílias, e a produção de intermediários deve seguir aquecida para recompor estoques. O relaxamento das medidas de distanciamento social também deve ajudar. Para 2021 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de alta de 5,5% na produção industrial, após queda de -4,5% em 2020.

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