Índice econômico – IPCA-15 (mai/21)

Índice econômico – IPCA-15 (mai/21)

A inflação medida pelo IPCA-15 em maio ficou em 0,44% M/M, abaixo da mediana de projeções do mercado (0,55%) e em linha com a expectativa da SulAmérica Investimentos (0,43%). O IPCA-15 desacelerou em relação aos dados de abril do IPCA-15 (0,60%), mas ainda foi mais alto que o IPCA daquele mês (0,30%). Esse foi o maior IPCA para um mês de maio desde 2016 (quando havia sido de 0,86%). A inflação acumulada nos 5 primeiros meses do ano foi de 3,27%, contra 0,35% no mesmo período do ano anterior. A variação em 12 meses assim seguiu subindo, de 6,17% A/A em abril para 7,27% A/A em maio, o maior nível desde  novembro de 2016.

A variação menor em relação ao mês passado do IPCA-15 ocorreu em especial devido ao grupo Transportes, que passou de +1,76% M/M para -0,23% M/M, com contribuição de -0,05 pp para o IPCA-15 de maio, contra +0,36 pp em abril. Dois itens explicam quase completamente a variação dos Transportes: a menor alta de preços de combustíveis (de 4,87% M/M para 0,62% M/M) e a queda nos preços de passagens aéreas (de 6,27% M/M para -28,85% M/M). A passagem aérea também explica boa parte da diferença entre a expectativa do mercado e o dado divulgado, com o mercado esperando queda de 8% nesse item (explicando 8 pb da surpresa).

Houve alta em todos os outros grupos do IPCA, com destaque para Vestuário (de 0,17% para 1,42%), Artigos de residência (de 0,45% para 0,79%), Habitação (de 0,45% para 0,79%) e Saúde e cuidados pessoais (de 0,44% para 1,23%). Os dois primeiros são reflexos de altas na demanda ocasionadas pela reabertura da economia e aumento de renda da população com auxílio emergencial. A alta em Habitação decorreu de aumentos de preços de energia elétrica, com bandeira tarifária vermelha 1 e aumentos em algumas cidades (Fortaleza, Salvador, Recife). Em Saúde, os preços de remédios subiram 2,98% M/M após já terem avançado 0,53% M/M, com muitos itens chegando a quase 5% de alta com o reajuste permitido de 10% em 2021 pela Anvisa.

A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,37% M/M em maio, contra 0,34% M/M no IPCA-15 de abril e 0,33% M/M no IPCA de abril. A alta nos preços subjacentes ocorreu mais nos bens industriais, que aceleraram de 0,46% M/M para 0,92% M/M entre abril e maio, com destaque para itens ligados à reabertura da economia, como vestuário e móveis. Por outro lado, a inflação de serviços excluindo alimentos e passagem aérea ficou mais baixa, com deflação de -0,09% M/M em maio, contra deflação de -0,04% M/M em abril. Em 12 meses a inflação de bens industriais segue subindo, tendo passado de 5,9% A/A para 7,0% A/A, enquanto a inflação de serviços excluindo passagem aérea e alimentos segue nos patamares mais baixos da histórica, em 1,1% A/A.

A projeção da SulAmérica Investimentos para o mês de maio recuou um pouco, devido à incorporação dos preços mais baixos de passagem aérea. Mas a expectativa da SulAmérica Investimentos é de aceleração nos preços ao consumidor na segunda metade do mês. Os preços de combustíveis e de bens industriais devem fazer o IPCA terminar o mês em 0,67% M/M. Para o ano de 2021, a expectativa é que o IPCA fique em 5,3%.

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