Hoje na Economia – 04/10/2021

Hoje na Economia – 04/10/2021

Um ambiente desfavorável ao risco e elevada volatilidade deve predominar nesta semana. Os mesmos eventos que empurraram os investidores para a defensiva, na semana passada, continuarão a atormentar os mercados: sinais de redução dos estímulos monetários pelo Fed; as incertezas ligadas à China, agravamento do quadro de desequilíbrio das cadeias de suprimentos e crescente crise global de energia. Ganha contornos mais nítido um cenário que combina baixo crescimento econômico, inflação em alta e redução dos estímulos por parte dos principais bancos centrais.

Na Ásia, os principais mercados fecharam em queda, nesta segunda-feira. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, encerrou a sessão com queda de 0,5%, em dia em que os mercados da China e Coreia do Sul não operaram por conta de feriado local. Em Hong Kong, as ações da imobiliária chinesa Evergrande tiveram a negociação suspensa, no pregão de hoje. A empresa informou que a suspensão se devia à iminência de um anúncio ligado a “informações privilegiadas e a uma possível oferta de ações da companhia”. O índice Hang Seng da bolsa de Hong Kong fechou o dia com queda 2,19%. Os problemas com a Evergrande também respigaram em Tóquio, onde o índice Nikkei registrou queda de 1,13%.

As bolsas europeias operam sem direcional definido, nesta manhã, em dia de agenda relativamente fraca e sem indicadores locais relevantes. O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, em evento nesta manhã, previu forte crescimento da zona do euro no terceiro trimestre e reiterou que o atual salto da inflação é transitório, que deverão perder força em2022. O euro se beneficiou desse discurso ganhando força ante o dólar. A moeda comum é cotada a US$ 11617/€, apreciando 0,17%, no momento. A libra inglesa é negociada a US$ 1,3566/£, valorizando 0,14%. No mercado de ações, o índice STOXX600 opera em baixa marginal de 0,02%. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,09%; O CAC40 exibe queda de 0,08% em Paris, enquanto o DAX tem queda discreta de 0,10% em Frankfurt.

No mercado americano, os juros do Treasuries operam em alta moderada, nesta manhã, revertendo o movimento de queda de sexta-feira. No momento, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos avança dois pontos base para 1,49%. O índice DXY do dólar recua 0,12%, para 93,92 pontos. Os investidores aguardam pela divulgação de dados sobre encomendas à indústria e de comentários de um dirigente do Fed para definir posicionamento para hoje. Os futuros de ações das bolsas de Nova York operam em baixa, sinalizando para uma abertura negativa para os mercados à vista. No momento, o futuro do Dow Jones recua 0,24%; S&P 500 cai 0,24%; Nasdaq desvaloriza 0,40%.

No mercado de commodities, o índice de commodity geral da Bloomberg sobe 0,40%, com forte alta do minério de ferro e alumínio, favorecidos por um mercado cada vez menos ofertado. A cotação do petróleo tipo WTI flutua em torno de US$ 76,00/barril, enquanto se espera por decisões da Opep+ sobre a ampliação da oferta da commodity.

Em uma agenda interna esvaziada, o Ibovespa deve continuar encontrando enormes dificuldades para reagir, em um contexto de bolsas globais sem fôlego, economia chinesa se enfraquecendo e juros domésticos em alta. A taxa de câmbio deve continuar caracterizada por elevada volatilidade, enquanto os DIs, refletindo inflação próxima de seu pico anual, não devem mostrar alívio, por ora.

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