Índices econômicos – IPCA-15 (out/21)

Índices econômicos – IPCA-15 (out/21)

A inflação medida pelo IPCA-15 em outubro foi de 1,20% M/M, a mais alta para um mês de outubro desde 1995. Ela veio acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,96%) e da mediana de expectativas do mercado (1,00%), superando inclusive a maior projeção da amostra (1,06%). A variação em 12 meses seguiu se elevando, passando de 10,05% A/A para 10,34% A/A, a mais alta desde fevereiro de 2016 (quando havia sido 10,84% A/A).

Em relação à variação de setembro (1,14% M/M), a aceleração ocorreu em especial em Habitação (de 1,55% M/M para 1,87% M/M), Vestuário (de 0,54% M/M para 1,32% M/M), Despesas Pessoais (de 0,48% M/M para 0,77% M/M) e Alimentação (de 1,27% M/M para 1,38% M/m). Por outro lado houve diminuição na inflação mensal em 3 grupos: Saúde e cuidados pessoais (de 0,33% M/M para -0,01% M/M), Artigos de residência (de 1,23% M/M para 0,53% M/M) e Transportes (de 2,22% M/M para 2,06% M/M).

Em relação ao valor projetado, a surpresa se concentrou em Transportes, Alimentação e alguns itens de serviços. Na parte de Transportes, o destaque foi a passagem aérea, responsável por 0,11 pp de surpresa, com variação de 34% M/M contra expectativa de 11% M/M. O grupo Transportes como um todo respondeu por 0,15 pp de surpresa. Alimentação e bebidas contribuiu 0,05 pp para a surpresa no mês, com os números mais altos ocorrendo em Alimentação fora do domicílio. Finalmente, Despesas pessoais também veio acima do esperado, com contribuição de 0,03 pp, com altas mais fortes em serviços pessoais (0,45% M/M contra 0,21% M/M do mês anterior).

As medidas de inflação subjacente ficaram mais altas em outubro. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central subiu de 0,80% M/M em setembro para 0,82% M/M em outubro. A inflação de serviços subjacente subiu de 0,54% M/M para 0,66% M/M e a de bens industriais subjacentes de 0,71% M/M para 0,74% M/M.  A inflação de serviços excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio ficou em 0,45% M/M em outubro, contra 0,37% M/M em setembro e 0,22% M/M em agosto. Em 12 meses os núcleos estão com variação de 6,8% A/A e a inflação de serviços excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio está em 2,99% A/A, tendo subido de 1,0% A/A em março, mas ainda abaixo do nível pré-pandemia, de 3,5% A/A em 2019. A inflação de bens industriais segue subindo, tendo passado de 10,4% A/A em setembro para 10,5% A/A em outubro, contra 1,8% A/A em 2019.

A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA de outubro subiu para 1,03% M/M, com revisão nos preços de passagem aérea e alimentação fora do domicílio. A inflação deve seguir pressionada nos próximos meses, com altas nos combustíveis devido a reajustes e aumento em serviços devido à reabertura. Os bens industriais também devem seguir pressionados, com falta de insumos global ainda afetando esses preços por mais alguns meses, junto com a depreciação cambial. Para o ano de 2021 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de alta de 9,6% para o IPCA e 4,5% para 2022.

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