Índice econômico – IPCA (out/21)

Índice econômico – IPCA (out/21)

A inflação ao consumidor medida pelo IPCA ficou em 1,25% M/M em outubro, vindo acima da projeção da SulAmérica Investimentos (1,05%), da mediana de projeções do mercado (1,06%) e mesmo da projeção máxima (1,19%). Essa é a maior variação para um mês de outubro no IPCA desde 2002 (quando foi 1,31%). Com isso, o IPCA acumulado em 12 meses seguiu subindo, tendo passado de 10,25% A/A em setembro para 10,67% A/A em outubro, o maior nível nesse tipo de variação desde jan/16 (10,71%).

A surpresa na inflação mensal foi quase generalizada, ocorrendo em 6 dos 9 grupos. Dos grupos importantes, apenas Alimentação e bebidas não teve uma surpresa para cima. Ficando em 1,17% M/M contra 1,32% M/M projetados. As surpresas mais fortes ocorreram nos grupos Transportes (2,62% M/M contra 2,32% M/M), Habitação (1,04% M/M contra 0,61%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,39% contra 0,00% estimados).

Olhando as categorias de uso, a surpresa se concentrou nos bens industriais, que tiveram variação de 1,41% M/M, contra expectativa da SulAmérica Investimentos de 0,95% M/M. A inflação de serviços subiu entre setembro e outubro (de 0,63% para 1,04% no índice cheio e de 0,31% para 0,59% no índice que exclui passagem aérea e alimentação fora do domicílio), mas o movimento foi dentro do esperado. Em 12 meses, a variação desse último índice de serviços subiu de 3,3% A/A em setembro para 3,7% A/A em outubro, agora se situando acima do que prevalecia no período pré-pandemia (subiu 3,5% A/A em 2019).

Os índices subjacentes de inflação subiram muito, refletindo a dispersão das surpresas para cima no IPCA. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central passou de 0,68% M/M em setembro para 0,95% M/M em outubro, e na variação A/A de 6,5% A/A para 7,0% A/A. O índice de difusão não subiu tanto, passando de 65% em setembro para 66,8% em outubro e já tendo sido 71,9% em agosto, mas ainda está em patamar historicamente elevado (em 2019 ele ficou em 55,7% em média).

A projeção da SulAmérica Investimentos para a inflação de 2021 subiu de 9,8% para 10,4%, e para 2022 de 4,3% para 4,8%. O aumento ocorre em especial no horizonte mais curto, com a expectativa para novembro indo para 1,14% M/M e dezembro 0,88% M/M. Essa alta ocorre em especial nos bens industriais, com a situação de oferta e demanda deles demorando mais que o esperado para se normalizar.

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