Índice econômico – IPCA (nov/21)

Índice econômico – IPCA (nov/21)

A inflação medida pelo IPCA ficou em 0,95% M/M em novembro, vindo abaixo da mediana de projeções (1,10%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (1,08% M/M). Essa é a maior variação para um mês de novembro desde 2015, quando havia sido 1,01% M/M, mas foi também uma desaceleração em relação ao mês anterior (1,25% M/M). Em comparação com o mês anterior, a surpresa também teve sentido trocado, com o IPCA de outubro vindo bem acima do esperado (1,25% contra 1,06%) enquanto o IPCA de novembro veio bem abaixo do esperado (0,95% contra 1,10%). A variação em 12 meses subiu novamente, de 10,67% A/A para 10,74% A/A.

A surpresa para baixo em relação às expectativas ocorreu em dois grupos principalmente: Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais. No primeiro, a variação foi de -0,04% M/M em novembro, contra 1,17% M/M no mês anterior, com variações baixas generalizadas. Houve deflação em carnes (-1,38% M/M), devido à restrição às exportações para diversos países. A alimentação fora do domicílio também teve importante contribuição negativa (variação de -0,25% M/M, após subir 0,78% M/M no mês anterior), sendo afetada pelo feriado da Black Friday, algo que não ocorreu nos anos anteriores.

As promoções da Black Friday ajudam a explicar também a surpresa com Saúde e cuidados pessoais, que teve deflação de -0,57% M/M em novembro contra alta de 0,39% M/M em outubro. Os preços de itens de higiene pessoal, como perfumes, tiveram fortes quedas (-3% M/M no caso de higiene pessoal como um todo e -10,66% M/M no caso de perfumes). Em 2018 também houve uma queda forte nesses itens em novembro, com a variação não repetindo esses valores fortemente negativos nos meses seguintes.

As medidas de inflação subjacente diminuíram em relação ao mês anterior. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central ficou em 0,61% M/M em novembro, contra 0,95% M/M em outubro e 0,68% M/M em setembro. Os núcleos menos afetados pelo movimento dos preços de alimentos também diminuíram, mas menos (o calculado por médias aparadas por suavização, por exemplo, passou de 0,63% M/M em setembro para 0,84% M/M em outubro e 0,72% M/M em novembro).

A inflação projetada para os próximos meses é menor. Deve haver menos pressão advinda de preços de Transportes e Alimentação e bebidas. A gasolina, por exemplo, deve passar de variação de mais de 7% M/M em novembro para um valor ligeiramente negativo em dezembro, devido aos menores preços internacionais. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que o IPCA de dezembro fique em 0,65% M/M, fechando o ano ligeiramente abaixo de 10% (9,98%). O IPCA deve ficar nesse patamar no começo do ano que vem, reduzindo-se a partir da metade do segundo trimestre, e fechando o ano de 2022 em 4,85%.

 

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