Índices Econômicos – produção industrial (nov/21)

Índices Econômicos – produção industrial (nov/21)

A produção industrial no Brasil caiu -0,2% M/M em novembro, vindo em linha com a expectativa da SulAmérica Investimentos (-0,2%), mas abaixo da mediana das projeções do mercado (0,1%). Novembro foi o sexto mês seguido com queda na variação M/M, e nos últimos 10 meses houve apenas um com variação positiva (maio). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -4,4% A/A, menos intensa que no mês anterior (-7,8% A/A). A variação em 12 meses ainda está positiva, mas está diminuindo, tendo passado de 5,6% em outubro para 5,0% em novembro.

O comportamento da produção entre as categorias de uso foi bem díspar. Houve alta em bens de consumo duráveis pela primeira vez no ano, de 0,5% M/M, após acumular queda de -33% nos 10 meses anteriores. Por outro lado, a produção de bens de capital caiu -3,0% M/M, o terceiro recuo em quatro meses, fazendo a variação trimestral dessa categoria entrar no território negativo (-1,3% T/T). As outras categorias de uso ficaram estáveis. Essa combinação mostra que a atividade industrial se recuperou parcialmente dos problemas de produção causados pela falta de insumos e matérias primas, porém a queda na produção de bens de capital mais do que compensou essa melhora, sendo resultado da piora das condições financeiras e queda na confiança nos meses finais de 2021.

Houve grande dispersão de resultados, com 12 dos 26 ramos pesquisados apresentando queda. Por um lado houve recuperação forte em produtos alimentícios (6,8%), indústrias extrativas (5,0%) e produção de veículos (2,9%), mas por outro houve quedas em produtos de metal (-2,7%), metalurgia (-3,0%) e borracha, material e plástico (-4,8%).

A expectativa para os próximos meses é mista. Por um lado, o setor de consumo duráveis deve seguir se recuperando, acompanhando a melhora global nas condições de oferta e da cadeia de produção. Por outro lado, no Brasil o aumento dos juros e a queda na confiança devem fazer com que os investimentos (e, portanto, a produção de bens de capital) diminuam. O Brasil, dessa forma, não deve participar do ciclo de maior crescimento na produção industrial global que deve ocorrer em 2022. A projeção da SulAmérica Investimentos é de queda de -2,7% na produção industrial de 2022 comparada com 2021, em boa parte devido ao carrego estatístico negativo, uma vez que a variação média deve ficar próxima de zero na margem em média.

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