Índice econômico – IPCA-15 (fev/22)

Índice econômico – IPCA-15 (fev/22)

A inflação medida pelo IPCA-15 de fevereiro foi de 0,99% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,84%) e da mediana de projeções do mercado (0,87%). A inflação acumulada nos dois primeiros meses de 2022 é 1,58%, contra 1,26% no mesmo período de 2021, e é a mais alta desde 2016, quando foi 2,35%. A inflação acumulada em 12 meses voltou a subir, interrompendo dois meses seguidos de queda, passando de 10,20% A/A em janeiro para 10,76% A/A em fevereiro.

A surpresa na inflação em relação às expectativas foi bastante disseminada, com variações mais elevadas em quase todos os grupos. Em relação ao mês anterior, as maiores altas vieram de Educação (de 0,25% para 5,64%, com reajuste de mensalidades escolares) e Transportes (de -0,41% para +0,87%), com menor deflação de passagem aérea (-5,05% contra -18,21%) e combustíveis (0,0% contra -1,97%), além de aceleração nos preços de automóveis novos (2,64% contra 1,90%) e usados (2,10% contra 0,59%).

A inflação de alimentos subiu entre janeiro e fevereiro, com alimentos no domicílio passando de 1,03% M/M para 1,49% M/M. Essa alta foi concentrada em alimentos nontradeables (de 0,18% M/M para 3,94% M/M), devido a condições climáticas adversas (excesso de chuvas em algumas regiões e falta de chuvas em outras). Os alimentos tradeables desaceleraram, de 1,33% M/M para 0,63% M/M, com a valorização cambial. A inflação de preços administrados seguiu baixa, em 0,09% M/M, mais elevada que a vista em janeiro (-0,32% M/M), mas bem mais baixa que a vista em média em 2021 (1,4% M/M), devido a menor elevação de preços de combustíveis e queda nos preços de energia.

Os núcleos de inflação seguiram pressionados. A média das 5 medidas acompanhadas pelo Banco Central ficou em 0,99% M/M no IPCA-15 de fevereiro, contra 0,95% M/M no IPCA-15 de janeiro e 0,87% M/M no IPCA de janeiro. A inflação de bens industriais arrefeceu na margem, passando de 1,46% M/M para 1,17% M/M, mas ainda está bastante elevada em 12 meses (subiu de 12,31% A/A para 12,95% A/A). A inflação de serviços subjacentes desacelerou na margem, mas menos que esperado (passou de 0,99% M/M para 0,89% M/M, enquanto a mediana de expectativas era 0,76% M/M) e está subindo em 12 meses, tendo alcançado 6,8% A/A.

A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA de fevereiro segue em 0,94% M/M. Em relação ao IPCA-15 deve ocorrer algum recuo adicional de combustíveis, com queda no preço do etanol. O IPCA em 12 meses deve seguir pressionado até abril, diminuindo do patamar de dois dígitos para um dígito a partir de maio.

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