Índices econômicos – IPCA (fev/21)

Índices econômicos – IPCA (fev/21)

A inflação ao consumidor medida pelo IPCA em fevereiro ficou em 0,86% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,70%) e da mediana de expectativas do mercado (0,71%). Essa foi a maior variação do IPCA mensal desde dezembro (quando subiu 1,35% M/M). Em relação aos meses de fevereiro, 2021 teve a maior alta desde 2016 (quando havia sido 0,90% M/M). A variação em 12 meses avançou de 4,56% A/A para 5,20% A/A, o maior nível desde jan/17 (quando havia sido 5,35% A/A).

Em relação ao mês anterior, a aceleração ocorreu em especial em Transportes (de 0,41% M/M para 2,28% M/M), Habitação (de -1,07% M/M para +0,40% M/M) e Educação (de 0,13% M/M para 2,48% M/M). Em Transportes, o destaque foram as altas de preços de combustíveis (7,11%  gasolina, 8,06% etanol). Em Habitação a maior parte da alta decorreu do fim da contabilização dos efeitos da redução de bandeira tarifária de energia elétrica, de vermelha 2 para amarela, entre dezembro e janeiro. Já em Educação, houve a alta sazonal de mensalidades de cursos, com cursos regulares subindo 3,08% M/M.

Houve desaceleração importante nos preços de Alimentação e bebidas, que tiveram variação de 0,27% M/M em fevereiro, contra 1,02% em janeiro e 1,85% em média entre agosto e dezembro.  A variação menor ocorreu em especial na alimentação fora do domicílio (diminuiu de 0,91% M/M para 0,27% M/M) e nos itens nontradeables de alimentação no domicílio (passou de +2,14% M/M para -0,78% M/M). Por outro lado, os itens tradeables seguiram com variação próxima da vista em janeiro (0,66% M/M contra 0,67% M/M), mas menor que a entre julho e dezembro (2,56% M/M em média).

A inflação de preços livres subiu de 0,44% M/M para 0,58% M/M, com a variação em 12 meses passando de 5,5% A/A para 5,7% A/A. Os bens industriais seguem sendo destaques de alta nos últimos meses, tendo variação de 0,82% M/M em fevereiro, contra 0,60% M/M em janeiro, e com a inflação em 12 meses subindo para 4,6% A/A (contra 3,2% A/A do final de 2020 e 1,7% antes da pandemia). OS serviços, por outro lado, seguem em queda. A inflação de serviços diminuiu de 1,52% A/A para 1,38% A/A entre janeiro e fevereiro. Os serviços subjacentes subiram, mas ainda permanecem em patamar baixo, ao passarem de 2,7% A/A para 2,8% A/A.

Os núcleos de inflação subiram na margem. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central passou de 0,45% M/M para 0,51% M/M, ainda inferior ao final do ano passado (0,65% M/M em dezembro), mas bastante elevada e condizente com um nível anualizado entre 5,5% e 6,0%. A variação acumulada em 12 meses dos núcleos segue subindo, tendo passado de 3,0% para 3,2% A/A.

A inflação deve permanecer elevada no mês de março, com destaque ainda sendo preços de combustíveis e bens industriais. A projeção da SulAmérica Investimentos é de variação de 0,79% M/M em março e 4,7% em 2021, com a variação em 12 meses alcançando 7,7% A/A em maio.

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