Comércio Varejista – Abril

Comércio Varejista – Abril

Comércio varejista – abril

13/06/13

As vendas no varejo em abril mostraram crescimento de 0,5% M/M, abaixo do esperado pelo mercado (mediana de projeções de 1,3% M/M) e pela SulAmérica Investimentos (2,0% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 1,6% A/A, também abaixo das projeções (que eram de 3,4% A/A no mercado).

Dentre os setores, cabe destacar que tanto a variação mais baixa que a esperada em abril quanto o desempenho ruim do varejo no ano até agora se devem, em grande parte, ao setor de Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O aumento dos preços dos alimentos, em conjunto com um aumento menor do salário mínimo nesse ano, resultaou em variações negativas na maior parte do ano até agora.

As vendas de produtos duráveis tem mostrado maior fraqueza nos últimos meses, com desaceleração do crescimento em 12 meses em diversos segmentos. O crescimento em 12 meses das vendas de produtos ligados a informática em especial diminui de mais de 30% em 2011 para em torno de 0% em abril. As vendas de móveis e eletrodomésticos também têm mostrado desaceleração, que pode ser revertida ao longo do ano com o programa do governo federal de conceder crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida. Já as vendas de automóveis têm surpreendido positivamente, evitando a desaceleração nos outros segmentos.

No mês de abril houve altas significativas em diversos setores que impediram que as vendas do comércio varejista fossem ainda menores. As vendas de Artigos farmacêuticos em especial foram elevadas, com alta de 6,2% M/M, cabendo destacar também as vendas de Outros artigos de uso pessoal (2,5% M/M) e Livros, jornais, revista e papelaria (4,5% M/M). No ano até agora as vendas de Tecidos e vestuário também tiveram um desempenho bom, amenizando a pressão de queda vinda de Supermercados e hipermercados. Nos próximos meses, no entanto, esse desempenho positivo desses setores pode ficar menor, uma vez que o aumento de preços deve afetá-los também, em especial no caso de Artigos farmacêuticos (com um repasse maior que o esperado do reajuste permitido pelo governo tendo ocorrido até agora, segundo dados do IPCA) e Tecidos e vestuário (com a desvalorização cambial).

Para o ano de 2013, as vendas no varejo, como dito em relatórios anteriores, devem seguir mostrando crescimento, porém mais fraco de forma geral devido ao menor aumento nominal do salário mínimo (9% nesse ano contra 14% no ano passado) e à inflação mais elevada (que tem efeito em especial para as classes de menor renda). As vendas no varejo devem apresentar crescimento real entre 3% e 4% em 2013 (projeção SulAmérica Investimentos de 3,4%), bem menor do que o visto nos últimos anos (foi de 8,4% em 2012) e mais próximo do crescimento esperado para a produção industrial do ano (2,8%).

Topo