Comércio Varejista – Junho

Comércio Varejista – Junho

Comércio varejista – junho

14/08/13

As vendas ao varejo em junho tiveram crescimento de 0,5% M/M, um pouco abaixo da mediana das expectativas do mercado (0,6% M/M) e acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,3% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior a taxa de variação foi de 1,7% A/A. As vendas no varejo, com esses números, seguem confirmando o cenário de desaceleração do crescimento que deve resultar, no ano de 2013, na menor expansão do varejo restrito em quase 10 anos.

As vendas no varejo restrito no 2º trimestre de 2013 apresentaram crescimento de 1,1% T/T (4,5% em termos anualizados), um claro avanço em relação aos números do 1º trimestre (em que houve queda de -0,1% T/T). O avanço nas vendas no 2º trimestre deveu-se aos segmentos de Móveis e eletrodomésticos, Combustíveis e lubrificantes e Artigos farmacêuticos. Desses segmentos, as vendas de Móveis e eletrodomésticos podem ser explicadas, em parte, pelo programa Minha Casa Melhor do governo federal, de concessão de crédito para aquisição de eletrodomésticos pelas famílias que aderirem ao Minha Casa, Minha Vida. Esse crescimento mais elevado, portanto, pode prosseguir nos próximos trimestres, enquanto os outros segmentos devem ser afetados pelo menor crescimento da renda real e do crédito ao consumidor, além do aumento do desemprego e da queda da confiança, resultando em desaceleração.

Um segmento do comércio varejista que teve resultados muitos ruins nos dois primeiros trimestres do ano foi o de Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Esse segmento foi afetado pela alta dos preços dos alimentos no começo do ano, resultando em queda considerável nos dois primeiros trimestres. A inflação menor de alimentos que deve prevalecer daqui por diante (a SulAmérica Investimentos espera que ela desacelere de 12,7% A/A em jun/13 para 9,5% A/A em dez/13 e 6,1% A/A em dez/14) deve favorecer mais esse segmento, que deve voltar a apresentar variação positiva nos próximos trimestres. Entretanto, essa variação ainda deve ser pequena, devido aos fatores restritivos mencionados acima (menor crescimento da renda, aumento do desemprego, etc).

No mês de junho mais especificamente houve variação mensal dessazonalizada positiva na maioria dos grupos, compensando, em parte a queda vista no mês anterior. Houve variações negativas em 4 dos 8 grupos que compõem o varejo restrito, sendo que a tendência de queda por mais de três meses se configura apenas em Material para escritório. A queda mais intensa ocorreu em Tecidos, vestuário e calçados.

As vendas no varejo, que estavam estagnadas desde o final do ano passado, começaram a mostrar algum crescimento no 2º trimestre desse ano. No entanto, esse crescimento parece ter sido concentrado em poucos grupos, sendo que a maioria deles não deve repetir esse desempenho futuramente. Os próximos trimestres devem ser caracterizados por um crescimento fraco das vendas no varejo, com a melhora na margem nas vendas de alimentos (devido à queda da inflação) sendo compensadas pela queda da confiança, menores aumentos salariais e crescimento do crédito, além do aumento do desemprego. A projeção da SulAmérica Investimentos para as vendas no varejo restrito desse ano segue sendo de crescimento de 3,0% (o menor desde 2003), contra 8,4% no ano passado.

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