Comércio Varejista – Maio

Comércio Varejista – Maio

Comércio Varejista – Maio

11/07/13

As vendas no varejo em maio ficaram estáveis em relação ao mês anterior (0,0% M/M), taxa de variação ligeiramente acima da projetada pela SulAmérica Investimentos (-0,1% M/M) e pela mediana do mercado (-0,4% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior a taxa de variação foi de 4,5% A/A. As vendas no varejo, com esses números, confiram um cenário de estagnação no dado dessazonalizado (que ocorre desde Nov/12) e de variações em patamar menor no dado A/A.

No mês de maio mais especificamente houve variação mensal dessazonalizada negativa na maioria dos grupos, e com intensidade bem grande na maior parte dos casos (em torno de -2,0% M/M). No entanto, uma variação melhor de supermercados, hipermercados, prod. alimentícios, bebida e fumo (em torno de 2,0% M/M) praticamente compensou as outras variações negativas e resultou na estagnação do índice de comércio restrito.

As vendas no varejo mostram uma desaceleração considerável do crescimento quando esse é comparado às taxas vistas no ano anterior (tanto nos dados A/A quanto no acumulado do ano, YTD). Essa desaceleração ocorreu em especial em setores de grande peso, como supermercados, hipermercados, prod. alimentícios, bebida e fumo (que responde por cerca de 50% do peso nas vendas do varejo restrito). Nesse setor em especial cabe destacar o papel da inflação de alimentos, que piorou consideravelmente seus preços relativos. As compras de bens duráveis também sofreram, com variações bem menores em material para escritório (que contém a venda de computadores) e móveis e eletrodomésticos. As vendas de veículos têm tido um comportamento surpreendentemente melhor nesse ano, porém é improvável que elas sigam nesse ritmo, dado que a menor confiança do consumidor e o pior cenário do mercado de trabalho, além do aumento dos juros, devem se fazer sentir nesse mercado, como em todos os mercados de bens duráveis. Alguns setores estão tendo desempenho melhor nesse ano do que no ano passado (como vestuário), porém eles não têm tanto peso.

As vendas no varejo têm ficado estagnadas desde o final do ano passado. É possível que elas mostrem algum crescimento maior na margem a partir do segundo semestre, com o arrefecimento da inflação de alimentos ajudando as vendas de supermercados e hipermercados e com o programa federal de crédito para aquisição de móveis e eletrodomésticos ajudando esse setor. No entanto, o panorama geral do varejo é de desaceleração em 2013 em relação a 2012, mesmo com essa melhora no segundo semestre, devido à piora na confiança do consumidor, ao mercado de trabalho criando menos vagas e
ao aumento dos juros para tomadores de empréstimos. As vendas no varejo restrito devem mostrar crescimento de 3% esse ano, contra 8,4% no ano passado.

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