Comércio Varejista – Outubro/2012

Comércio Varejista – Outubro/2012

Comércio varejista – outubro

13/12/12

As vendas ao varejo em outubro tiveram crescimento de 0,8% M/M, ligeiramente acima do esperado pelo mercado (0,7% M/M) e pela SulAmérica Investimentos (0,5% M/M). O crescimento nos últimos três meses tem sido mais baixo que nos meses imediatamente anteriores, porém há uma tendência de aceleração na ponta (o crescimento em agosto foi de 0,2% M/M e o de setembro 0,4% M/M). A variação em relação ao mesmo mês do ano anterior ficou em 9,1% A/A, ainda um patamar elevado, em grande parte devido ao forte crescimento visto em janeiro.

A maior parte dos setores do comércio varejista apresentou taxa de crescimento positiva em outubro, com destaque para as vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (18,4% M/M, porém deve-se lembrar que esse item é bastante volátil, tendo tido redução de 9,0% M/M no mês anterior), Móveis e eletrodomésticos (alta de 1,4% M/M) e Veículos, motos, parte se peças (13,3% M/M). Apesar da alta no mês de outubro desses itens (que são bens duráveis), deve-se destacar que o mais provável é que em 2013 esses setores mostrem taxas de crescimento menores que as vistas em 2012. Observando-se a taxa de crescimento em 12 meses desses setores é possível perceber uma desaceleração das altíssimas taxas que havia antes para um ritmo de crescimento ainda elevado, porém não tão alto. Essa desaceleração é explicada pelo menor crescimento das concessões de crédito em 2012, que resulta do maior receio dos bancos em conceder mais empréstimos a uma população já bastante endividada. Mesmo a queda dos juros e a maior atuação dos bancos públicos resultaram apenas na estabilização da taxa de crescimento em 12 meses desses setores. Devido à característica de bens duráveis de não terem de ser comprados todos os anos, aliada à provável alta de preços em alguns desses setores após o fim da isenção de IPI, a maior possibilidade é que em 2013 haja um crescimento mais fraco do comércio desses setores.

As vendas de supermercados, hipermercados, prod. alimentícios, bebidas e fumo também tiveram crescimento em outubro, porém de modestos 0,4% M/M. O setor mais restrito de supermercados e hipermercados teve variação quase zero (0,1% M/M), em linha com o indicador coincidente de vendas divulgado pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Esse conjunto de setores foi muito beneficiado pelo aumento expressivo do salário mínimo e das transferências que ocorreu no começo do ano de 2012. Desde então as taxas de crescimento tem sido mais modestas, em parte também devido ao aumento da inflação de alimentos que ocorreu nos últimos meses. Mesmo com o arrefecimento dessa inflação que é esperado para 2013, a expectativa é de que o menor aumento do salário mínimo deve levar a um menor crescimento desse setor também.

O comércio varejista como um todo mostrou aceleração do crescimento entre setembro e outubro. No final do ano a taxa de crescimento do varejo ainda deve ser elevada, assim como a taxa de crescimento do comércio em 2012 como um todo (deve terminar o ano em 8,5% de expansão em volume, contra 5,6% vistos em 2011). A taxa de crescimento na margem nos últimos meses, no entanto, não tem sido tão alta quanto à vista no começo do ano, devido a diversos fatores, mesmo com a aceleração vista nesse mês de outubro. O comércio varejista em 2013, dessa forma, deve mostrar crescimento menor, devido ao menor aumento do salário mínimo, à inflação que deve permanecer elevada de forma geral (a expectativa da SulAmérica Investimentos é de que o IPCA praticamente repita os 5,5% de aumento em 2013 que serão vistos em 2012) e ao menor ritmo de crescimento das concessões de crédito à pessoa física (que deve perdurar, mesmo com queda da taxa Selic nos últimos meses, devido à situação patrimonial das famílias). Para 2013 a expectativa é de um crescimento do volume de comércio varejista em torno de 6,0%. Com esse dado do varejo também é possível atualizar a projeção para o IBC-Br (índice de atividade do Banco Central, uma Proxy mensal para o PIB), que deve ter mostrado alta em outubro (de 0,4% M/M na projeção da SulAMérica Investimentos), após ter tido queda de 0,5% M/M em setembro.

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