Crédito – Abril

Crédito – Abril

Crédito – Abril

24/05/13

O crédito no Brasil mostra sinais de desaceleração que terão feitos sobre o crescimento do consumo e, portanto, da atividade como um todo. Na comparação com o mesmo mês do na anterior, a taxa de crescimento do saldo de crédito diminuiu de 16,7% A/A para 16,4% A/A. Nessa comparação cabe destacar a desaceleração no crédito livre, em especial para pessoas físicas, que está apresentando taxas de crescimento bem menores que o crédito direcionado.

O saldo de crédito em abril foi de R$ 2,452 tri, equivalente a 54,1% do PIB. Houve avanço em relação aos números vistos em março (53,9% do PIB), porém ele ocorreu apenas no crédito direcionado. Isso é algo que vem se repetindo desde o começo do ano, sendo que o crédito livre parou de crescer em relação ao PIB desde dezembro de 2012. Isso mostra um enfraquecimento na oferta de crédito que deve se refletir em crescimento mais baixo do consumo das famílias.

A taxa de inadimplência dos empréstimos (atrasos acima de 90 dias) permaneceu estável em abril em relação aos meses anteriores, em torno de 3,6% para o crédito como um todo. A taxa de inadimplência das pessoas físicas segue recuando, situando-se em 7,4% em abril. É possível que esse recuo comece a arrefecer nos próximos meses, com o menor crescimento da massa salarial real e com a inflação mais elevada.

As concessões de crédito em abril mostraram recuo de 4,4% contra o mês anterior, quando se leva em conta a diferença de dias úteis e com o dado deflacionado. O nível das concessões está abaixo do visto no mesmo período do ano passado, também indicando fraqueza do consumo.

As taxas de juros cobradas pelos empréstimos permaneceram estáveis em abril em relação ao mês anterior, assim como os spreads praticados. As taxas devem subir nos próximos meses, acompanhando a subida dos juros básicos.

Os dados de crédito de abril, dessa forma, mostram que o crescimento do crédito para pessoas físicas está diminuindo, em especial o crédito com recursos livres. As concessões de crédito mostraram queda em termos reais e as taxas de juros não estão mais caindo como ocorreu no ano passado. A oferta de crédito parece estar mais restrita e deve contribuir para a desaceleração do crescimento do consumo esse ano.

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