Crédito – Agosto 2014

Crédito – Agosto 2014

Crédito – Agosto 2014

Os dados de crédito de agosto no Brasil seguem mostrando um cenário de desaceleração desse segmento na economia.

O saldo de crédito cresceu 11,1% A/A em agosto, novamente desacelerando contra o crescimento visto no mês anterior (11,5%). O crédito concedido pelas instituições públicas segue desacelerando na margem, mas ainda está com crescimento acima da média geral (16,2% A/A). Já o crédito concedido pelas instituições privadas tem crescimento mais fraco, mas que parou de diminuir, tendo se estabilizado em torno de 6,0% A/A nos últimos meses (5,9% em agosto). O dado dessazonalizado pela SulAmérica Investimentos mostra que, na margem, o crédito público está crescendo a taxa anualizada de 12,0%, enquanto o crédito privado segue crescendo a taxa anualizada de 6,0%. Dessa forma, ainda haverá mais desaceleração no crescimento do crédito por vir nos próximos meses, até ele se estabilizar em torno de 9,0% A/A.

O saldo de crédito como porcentagem do PIB segue em torno de 57%, estando em 56,8% em agosto. Houve nos últimos meses uma queda no crédito concedido com recursos livres e um aumento do crédito com recursos direcionados como proporção do PIB.

As concessões de crédito ainda mostram queda em relação ao mesmo mês do ano anterior (-0,2% no dado ajustado por dias úteis e inflação), mas essa queda está menor que a vista nos últimos meses (chegou a -5,9% em maio), indicando ligeira recuperação na margem, mas ainda em patamar muito baixo.

Os juros finais cobrados pelos bancos permaneceram em torno de 21,0% na média, com o spread tendo se estabilizado também em torno de pouco abaixo de 130 pp. O fim do ciclo de alta da Selic significa que essa taxa de juros não deve subir até o final do ano, porém ela está em nível bastante elevado, em especial no crédito com recursos livres, contribuindo para o ambiente de pouco investimento das empresas e crescimento menor do consumo das famílias.

A inadimplência não mostrou alteração em relação ao mês anterior, ainda situando-se em torno de 3,1% no crédito geral e pouco mais de 6,5% no crédito para pessoas físicas. O aumento no desemprego até agora foi muito pequeno para afetar essa variável.

Os dados de crédito de agosto ainda mostram um cenário condizente com desaceleração econômica, com pouca sustentação para crescimento do investimento ou do consumo.

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