Crédito – Fevereiro

Crédito – Fevereiro

Crédito – fevereiro

26/03/13

O saldo de crédito no Brasil em fevereiro voltou a crescer em base mensal, com variação de 0,7% M/M. Na comparação com o mesmo mês do na anterior, a taxa de crescimento subiu de 16,4% em janeiro para 16,8% em fevereiro. teve. O saldo de crédito no Brasil em fevereiro foi de R$ 2,4 tri, equivalente a 53,4% do PIB, um leve avanço em relação ao mês anterior (quando o saldo equivalia a 53,3% do PIB).

O aumento na taxa de crescimento do saldo de crédito, no entanto, decorreu basicamente do aumento do crédito direcionado, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. O crédito livre para pessoas físicas (dado que explica melhor o crescimento do consumo das famílias) segue desacelerando, com taxa de crescimento de 9,5% A/A em fevereiro, contra 9,9% A/A em janeiro.

A taxa de inadimplência dos empréstimos (atrasos acima de 90 dias) ficou estável em fevereiro em relação a janeiro, em 3,7%. Houve uma queda na inadimplência dos empréstimos para pessoa física (de 7,9% para 7,7%). A inadimplência no passado recente tem sido um problema, em especial no crédito concedido pelos bancos privados. A inadimplência elevada, associada à concessão desenfreada que ocorreu em 2010, resultou na menor concessão de crédito para pessoas físicas em 2011 e 2012, que levou ao menor crescimento da atividade econômica nesses anos. A inadimplência do crédito das instituições financeiras privadas diminuiu um pouco entre janeiro e fevereiro, de 5,3% para 5,2%, mostrando que ela está lentamente voltando aos patamares anteriores, com o pico dessa inadimplência tendo ocorrido na metade de 2012. É preciso ressaltar que a queda da inadimplência do ciclo atual está sendo bem mais lenta que na maioria dos ciclos anteriores. A inadimplência do crédito concedido pelas instituições públicas, por sua vez, segue constante, em torno de 1,9%.

As concessões de crédito em fevereiro mostraram queda em relação a janeiro, porém parte dessa queda pode ser explicada pela menor quantidade de dias úteis no mês. Quando ajustadas por dias úteis e pela inflação, as concessões mostram estar em patamar razoavelmente elevado em fevereiro (mais alto do que o visto em janeiro, porém menor que o de dezembro).

As taxas de juros cobradas pelos empréstimos tiveram ligeira alta em fevereiro, com as taxas de captação do crédito subindo, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, refletindo a curva de mercado dos juros, que começa a precificar um aumento das taxas básicas nesse ano. O spread também aumentou no caso do crédito para pessoa jurídica. Dessa forma, as taxas de juros começam a mostrar um ligeiro aperto na margem, à medida que a situação do mercado financeiro se altera.

Os dados de crédito de fevereiro, dessa forma, mostram uma ligeira melhora em relação ao mês anterior no crescimento do crédito. No entanto, muito desse crescimento ainda é concentrado no crédito direcionado. O crédito livre para pessoas físicas segue com taxa de crescimento decrescente. As taxas de juros cobradas dos empréstimos começaram a mostrar alta, basicamente devido ao maior custo de captação. A inadimplência segue em processe de queda suave, de forma mais lenta que em ciclos anteriores, não permitindo aos bancos privados serem mais agressivos na concessão de crédito. O crescimento do crédito, dessa forma, ainda segue sendo puxado pelo crédito público. A expansão do crédito em 2013 não deve ser muito elevada, considerando a alta possibilidade de que haja um aperto das condições monetárias pelo Banco Central.

Topo