Crédito – Julho 2014

Crédito – Julho 2014

Crédito – Julho 2014

Os dados de crédito no Brasil em julho seguem mostrando crescimento fraco. A taxa de variação do saldo de crédito seguiu desacelerando em julho, ficando em 11,4% A/A, contra 11,8% A/A no mês anterior.

O crédito livre segue crescendo menos que o crédito direcionado. De forma análoga, o crédito oferecido pelas instituições privadas também cresce menos que o crédito oferecido pelas instituições públicas. O crédito para pessoas jurídicas também cresce menos que o crédito para pessoas físicas. É importante destacar, no entanto, que a desaceleração do crédito é quase generalizada, e que todas as categorias mencionadas anteriormente estão apresentando desaceleração no crescimento em relação aos meses anteriores.

A taxa de inadimplência (atrasos maiores que 90 dias) ficou estável em julho, em 3,0%. Ela parou de cair desde a virada do ano, e pode subir no médio prazo, à medida que a economia siga crescendo menos e a taxa de desemprego suba.

Mesmo com o custo de financiamento tendo ficado estável, uma vez que a taxa Selic parou de subir, os juros finais cobrados dos tomadores de empréstimos seguiu subindo, uma vez que o spread também subiu. As instituições financeiras parecem estar compensando o menor crescimento da carteira de crédito com o aumento do spread, para manter suas taxas de lucratividade num cenário em que o volume de crédito cresce menos.

Dessa forma, o cenário de crédito segue sendo ruim para a atividade econômica. Os juros seguem elevados e a taxa de crescimento dos empréstimos está menor. O crédito para as empresas parece estar especialmente difícil, com os juros livres para pessoas jurídicas em patamares elevados, além de estarem crescendo em níveis abaixo da inflação, indicando contração real. O crédito direcionado para empresas também parece ruim, com menor crescimento do saldo do BNDES. O setor mais dinâmico do crédito segue sendo o crédito direcionado para pessoas físicas, em especial o crédito imobiliário.

As recentes medidas adotadas pelo BC e pelo governo federal para tentar estimular o crédito no Brasil devem ter efeito limitado. A perspectiva ruim para o cenário econômico nesse ano ainda deve diminuir a demanda das empresas por empréstimos, e o nível de endividamento das famílias segue elevado. Uma melhora marginal na oferta de crédito através de compulsórios deve ter efeito limitado nesse cenário.

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