Crédito – Junho

Crédito – Junho

Crédito – Junho 2014

Os dados de crédito de junho continuam mostrando desaceleração.

O crescimento A/A do saldo de crédito diminuiu (de 12,7% A/A para 11,8% A/A), com a desaceleração sendo bastante disseminada em todas as categorias e divisões do crédito (recursos livres e direcionados, para pessoas físicas e jurídicas, sendo que esse último segmento mostrou desaceleração mais forte).

O nível de concessão de crédito ainda está com variação negativa na comparação A/A, quando se o dado é deflacionado e ajustado por dias úteis. Esse já é o segundo mês seguido de queda nesse dado nessa comparação (-2,5% em junho, contra -5,9% em maio). Parte da desaceleração do crescimento do crédito em junho pode ter decorrido da Copa do Mundo, com os horários de funcionamento dos bancos tendo sido afetados pelas partidas.

A taxa de juros cobrada dos tomadores de crédito caiu em junho, de 21,4% para 21,1%. A queda é pequena, mas mostra que o período de alta na taxa de juros dos empréstimos deve ter terminado, seguindo o que ocorreu com a taxa Selic (que chegou a 11,0% em abril e depois parou de subir).

A taxa de inadimplência também teve uma leve queda, de 3,1% em maio para 3,0% em junho. A taxa de inadimplência pode subir no futuro, à medida que a desaceleração da economia causar um aumento no desemprego, e é esse medo em relação à taxa de desemprego que deve estar fazendo os bancos terem receio de emprestar agora, sendo uma das causas da desaceleração do crescimento do crédito visto nos últimos meses. O Banco Central anunciou o relaxamento de algumas medidas macroprudenciais no final de julho, e essas medidas podem diminuir o ritmo de desaceleração do crédito no Brasil. Entretanto, é difícil que essas medidas consigam levar a um novo ciclo de crescimento vigoroso do crédito, visto que as famílias brasileiras ainda estão bastante endividadas (com alto comprometimento de renda) e que há receio do que pode ocorrer com a taxa de inadimplência a medida que a economia desacelera.

Topo