Desemprego – abril

Desemprego – abril

Desemprego – abril

A taxa de desemprego medida pela pesquisa mensal de emprego (PME) do IBGE ficou em 4,9% em abril, abaixo da mediana das projeções do mercado (5,2%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (5,1%). Essa é a menor taxa de desemprego para um mês de abril na série histórica (que tem início em 2002), sendo 0,9 pp abaixo da vista em abr/13 (5,8%). O ajuste sazonal feito pela SulAmérica Investimentos mostra que a taxa de desemprego está em queda desde julho do ano passado, tendo ido de 5,7% em jun/13 para 4,6% em abr/14 (o menor nível da série histórica).

Essa queda vertiginosa da taxa de desemprego está ocorrendo mesmo num cenário em que o pessoal ocupado fica basicamente parado (variação de 0,1% A/A em abr/14, sendo que chegou a ser zero ou negativa nos últimos meses) porque a oferta de trabalho, medida pela PEA (população economicamente ativa) está caindo (variação de -0,9% A/A em abr/14). A razão entre PEA e PIA (a população acima de 10 anos, a oferta máxima de emprego) está em queda desde o segundo trimestre de 2013, tendo passado de 58,0% em fev/13 para 56,2% em abr/14, um nível muito baixo para os padrões históricos.
O rendimento dos trabalhadores seguiu subindo em torno de 9,0% A/A em termos nominais em abril, como tem ocorrido desde dez/13. Em termos reais, a alta está ficando menor devido ao aumento da inflação em 12 meses no período mais recente (ganhos reais passaram de 3,6% A/A em jan/14 para 2,6% A/A em abr/14). A baixa taxa de desemprego e baixa oferta de trabalho, no entanto, devem fazer com que os trabalhadores tenham poder de barganha e consigam voltar a ter ganhos reais próximos de 3% até o final do ano. Esse ganho real, que parece ser acima da produtividade (diversos dados apontam para menor crescimento do PIB nesse ano, sendo a projeção da SulAmérica Investimentos de 1,4% para 2014) são fonte de pressão inflacionária, em especial nos preços de serviços.
A massa salarial real está desacelerando devido ao baixo crescimento do pessoal ocupado e aos menores ganhos reais nos últimos meses (devido à inflação, como mencionado acima). A variação A/A passou de 4,2% A/A em fev/14 para 3,6% A/A em abr/14, números bem abaixo dos vistos entre 2008 e 2012 (6,0% em média). Esse menor crescimento da massa salarial real deve fazer as vendas no varejo também terem taxa de crescimento menor ao longo desse ano, junto com o consumo das famílias de forma geral.
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