Desemprego – agosto

Desemprego – agosto

Desemprego – agosto

26/09/13

A taxa de desemprego brasileira, de acordo com o IBGE, ficou em 5,3% em agosto, abaixo da mediana das expectativas de mercado e da projeção da SulAmérica Investimentos (ambas em 5,5%). Esse movimento na taxa de desemprego em agosto foi surpreendente, porque interrompeu a série de resultados vista nos últimos meses, que superavam os vistos no mesmo mês do ano anterior.

A taxa de desemprego dessazonalizada, calculada pela SulAmérica Investimentos, ficou em 5,3% em agosto. A tendência de alta, que estava sendo vista desde março, foi interrompida com os números dos dois últimos meses.

A queda na taxa de desemprego nesse mês, no entanto, decorreu mais da falta de crescimento da PEA (pessoas economicamente ativas, a oferta de mão de obra) do que do aumento do crescimento do PO (pessoal ocupado). A taxa de crescimento do pessoal ocupado em agosto contra julho (sem ajuste sazonal) foi menor que a vista nos últimos anos.

A taxa de crescimento do pessoal ocupado ajustado sazonalmente também mostrou desaceleração, ficando pouco acima da estabilidade (0,1% M/M).

Esses desenvolvimentos do pessoal ocupado estão em linha com o cenário da SulAmérica Investimentos, de desaquecimento do mercado de trabalho. A surpresa no dado de agosto, que levou à taxa de desemprego abaixo do esperado, deveu-se à oferta de mão de obra. A PEA, nos dados sem ajuste sazonal, ficou estável em relação ao mês anterior, algo que não havia ocorrido na série histórica nos meses de agosto até então (nos últimos dois anos houve aumento considerável).

O rendimento médio dos trabalhadores teve crescimento considerável em agosto (1,9% M/M), conseguindo compensar a queda que ocorreu até mesmo em termos nominais no mês anterior. Em termos reais, a renda, que estava recuando desde o começo do ano devido à alta inflação (e devido à queda do rendimento nominal no mês de julho), teve avanço considerável em agosto (1,7% M/M).

O aumento no rendimento em agosto, no entanto, não foi o suficiente para mudar a figura do crescimento A/A, que permanece baixo (1,3% A/A em termos reais) e em desaceleração (o crescimento em 12 meses ainda está em 2,4%, porém com a adição de novos números mais baixos, deve ficar ainda mais baixo até o final do ano).

O menor crescimento em termos reais da renda recebida pelos trabalhadores, em conjunto com o menor aumento do pessoal ocupado, tem feito a massa salarial real ter crescimento bem menor neste ano, na comparação A/A. A massa salarial real atingiu seu pico em novembro de 2012 e desde então tem alternado meses de queda com meses de fraquíssimo crescimento. Em termos dessazonalizados houve queda nos dois primeiros trimestres desse ano na massa salarial real e o mês de julho mostrou uma nova queda. Em agosto houve crescimento forte na massa salarial real, de 0,9% M/M, sendo que agora ela está no maior patamar desde dez/12. A expectativa é de que a massa salarial real deve mostrar taxas de crescimento maiores no segundo semestre do ano em comparação com o primeiro, devido à inflação menos pressionada. Entretanto, a expectativa para a taxa de crescimento da massa salarial no ano de 2013 como um todo ainda deve permanecer baixa, em parte devido aos dados que já saíram e em parte devido à projeção de menor crescimento do pessoal ocupado.

A SulAmérica Investimentos segue tendo a perspectiva de que o mercado de trabalho deve mostrar desaceleração no segundo semestre desse ano, apesar de a taxa de desemprego ter ficado abaixo das expectativas nas duas últimas divulgações. A queda na taxa de desemprego parece ter sido causada mais por um menor crescimento da PEA do que por um aumento das contratações (a taxa de crescimento do pessoal ocupado foi quase zero em agosto, quando dessazonalizada). A renda real deve ter avanços no segundo semestre, ao contrário do que ocorreu no primeiro, porém eles devem ser menores que os vistos nos últimos anos.

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