Desemprego – dezembro

Desemprego – dezembro

Desemprego – dezembro

Os dados da pesquisa mensal de emprego do IBGE de dezembro mostraram um mercado de trabalho ainda com pouca ociosidade, que ainda leva a pressões sobre a inflação.

A taxa de desemprego ficou em 4,3%, um pouco abaixo da projetada pela SulAmérica Investimentos (4,4%) e pela mediana do mercado (4,4%).

Os números do mercado de trabalho mostram desaceleração em relação ao ano anterior quando o ano inteiro é comparado. Por exemplo, a taxa de desemprego média do ano ficou em 5,4%, apenas um pouco abaixo da vista em 2012 (5,5%). Em 2011 a taxa de desemprego média era de 6,0%. Observando os dados na ponta, no entanto, é possível ver que houve uma queda mais forte da ociosidade nos últimos meses do ano. A taxa de desemprego de dez/13, por exemplo, é 0,3 pp inferior à vista no mesmo mês do ano anterior (4,3% em dez/12). A taxa de desemprego dessazonalizada chegou a subir no começo do ano, porém recuou no último semestre e terminou o ano no menor patamar da história, em 5,2%.

Essa mesma questão pode ser vista nos dados de rendimento. A renda média do ano de 2013 teve crescimento nominal de 8,0% e real de 1,8%, uma desaceleração quando comparada aos dados de 2012 (9,8% e 4,1%, respectivamente). Os dados mensais A/A, no entanto, mostram aceleração no crescimento da renda nos últimos meses do ano: em nov/13 e dez/13, por exemplo, a renda nominal teve crescimento de 8,6% e 9,0% respectivamente. Em termos reais, o crescimento desses dois meses foi equivalente a 3,0% A/A e 3,2% A/A. Ou seja, os dados na ponta mostram aceleração na taxa de crescimento.

O mercado de trabalho brasileiro permanece com pouca ociosidade mesmo com queda no pessoal ocupado (-0,4% A/A em dez/13, por exemplo). Isso decorre da queda que também é vista no pessoal economicamente ativo (PEA, a quantidade de pessoas ofertando trabalho), que foi de -0,7% A/A em dez/13.

A queda na PEA ocorre por persos fatores. Um deles é a maior quantidade de jovens preferindo estudar ao invés de trabalhar. Outro é o envelhecimento populacional. Cada um é responsável por cerca de metade da queda da PEA.

É importante destacar que, apesar de importantes, não são apenas os desenvolvimentos demográficos os responsáveis pela queda na taxa de desemprego. A taxa de desemprego no grupo populacional entre 25 e 49 anos também está em queda nos últimos meses, tendo passado de 4,6% em dez/12 para 4,4% em dez/13. O número de pessoas marginalmente ligadas à PEA (que estavam procurando emprego no último ano, mas desistiram, por isso deixaram de fazer parte da PEA) está em queda. Isso tudo mostra que o mercado de trabalho permanece aquecido e ainda cria pressões sobre a inflação, em especial de serviços. Será necessário ver mais desaceleração do crescimento do produto antes que a taxa de desemprego volte a subir.

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