Economic Highlight – IPCA-15 (mai/20)

Economic Highlight – IPCA-15 (mai/20)

A inflação medida pelo IPCA-15 foi de -0,59% M/M em maio, a variação mais baixa da série histórica, ficando também abaixo da mediana de projeções do mercado (-0,44%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (-0,36%). A variação em 12 meses do IPCA-15 caiu novamente, de 2,92% A/A para 1,96% A/A, o menor nível da série histórica desde 1998.

Dentre os nove grupos que compõem o IPCA-15, apenas quatro tiveram variação positiva. O destaque na deflação foi o grupo Transportes (-3,15% M/M), com os preços de combustíveis contribuindo fortemente para a deflação total (dos -0,59 pp, -0,49 pp vieram dos combustíveis, sendo -0,41 pp sendo gasolina, -0,07 pp etanol e -0,01 pp diesel). Dentre os grupos que tiveram alta, o destaque foi Alimentação e bebidas (0,46% M/M), mas é importante lembrar que isso foi uma desaceleração em relação ao dado do mês anterior (2,46% M/M), indicando queda de procura após o início da pandemia. Essa diminuição ocorreu em especial nos alimentos tradeables (de 1,98% M/M para 0,11% M/M) e alimentação fora do domicílio (de 0,94% M/M para 0,13% M/M), com os alimentos nontradeables acelerando entre os meses (de 3,73% M/M para 3,96% M/M).

A forte deflação do IPCA-15 em maio ocorreu em especial nos itens administrados (-1,84% M/M, sendo esse já o terceiro mês consecutivo de variação negativa). Mas houve também deflação menos intensa nos preços livres (-0,16% M/M).

As medidas de inflação subjacente seguiram caindo em maio. A média dos 7 núcleos divulgados pelo Banco Central foi de -0,07% M/M, uma deflação mais intensa que a do mês anterior (-0,04% M/M). A variação em 12 meses desses núcleos caiu para 2,13% A/A, o menor nível desde abr/99. Tanto a inflação de bens industriais quanto de serviços excluindo alimentação e passagem aérea ficaram negativas (-0,02% M/M e -0,04% M/M, respectivamente), e estão muito mais baixas que no começo do ano (0,18% A/A contra 1,83% A/A em dez/19 no caso dos bens industriais e 2,73% A/A contra 3,51% A/A em dez/19 no caso dos serviços). Em relação á passagem aérea, ela teve queda de -27% M/M, um pouco mais negativa que nossa projeção (-25% M/M).

A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado de maio agora é de -0,53% M/M. Ele é menos negativo que o IPCA-15 porque parte da queda da gasolina deve começar a ser revertida no final do mês, com as altas anunciadas pela Petrobras no preço da refinaria. Com a recuperação do preço do petróleo no mercado internacional, o IPCA deve ter inflação de 0,64% M/M em junho. No entanto, as medidas subjacentes de inflação ainda devem ficar muito baixas. A projeção para o IPCA fechado do ano subiu para 1,62% A/A com essa alta do petróleo, ainda se encontrando, no entanto, abaixo do piso da meta (2,50%), devido à piora da atividade nesse ano.

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