Economic Highlight – IPCA-15 (Novembro/2020)

Economic Highlight – IPCA-15 (Novembro/2020)

O IPCA-15 no Brasil teve alta de 0,81% M/M, ligeiramente abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,83%), mas mais elevado que a mediana de expectativas do mercado (0,72%). A variação acumulada no ano é de 3,13%, acima dos 2,83% vistos no mesmo período de 2019, mas abaixo dos 4,03% vistos em 2018. Em 12 meses a variação acumulada ficou em 4,22% A/A, acelerando em relação aos meses anteriores (2,65% A/A em setembro e 3,52% A/A em outubro).

Em relação ao mês anterior, no qual o IPCA-15 havia sido de 0,94% M/M, houve desaceleração em 6 dos 9 grupos. Houve alta apenas em Vestuário (de 0,84% M/M para 0,96% M/M) e Educação (que passou de -0,02% M/M para +0,01% M/M). O grupo Despesas Pessoais repetiu a variação do mês anterior, de 0,14% M/M. Dos 6 grupos que tiveram queda, as mais intensas ocorreram em Transportes (de 1,34% M/M para 1,00% M/M) e Saúde e cuidados pessoais (de 0,28% M/M para 0,04% M/M).

As maiores contribuições para o IPCA-15 ainda elevado de novembro vieram dos grupos Alimentação e bebidas (0,44 pp) e Transportes (0,20 pp). A variação de preços em Alimentação no domicílio ainda foi alta (2,69% M/M em novembro contra 2,95% M/M em outubro), com a desaceleração dos preços tradeables (de 3,40% M/M para 2,85% M/M) sendo compensada parcialmente pelo aumento nos preços nontradeables (de 1,79% M/M para 2,28% M/M). Em Transportes, houve aceleração nos preços de combustíveis (de 0,98% M/M para 1,46% M/M).

As medidas de inflação subjacente diminuíram em relação ao mês anterior, mas ainda se encontram em patamar elevado. A média dos 5 núcleos acompanhados pelo Banco Central diminuiu de 0,54% M/M em outubro para 0,51% M/M em novembro, ainda estando bem acima do patamar visto em setembro, por exemplo, de 0,12% M/M. A inflação de bens industriais recuou muito pouco, de 0,90% M/M para 0,87% M/M, com a falta de estoques fazendo a alta nos preços do atacado serem repassadas para o varejo. Em 12 meses a inflação de bens industriais ficou em 2,15% A/A, patamar mais elevado desde abr/17. A inflação de serviços, por outro lado, subiu de 0,23% M/M em outubro para 0,28% M/M em novembro, no cálculo que exclui passagem aérea e alimentação fora do domicílio. Em 12 meses essa medida de serviços também está subindo, passando de 1,38% A/A em outubro para 1,54% A/A em novembro, mas ainda se encontra distante do patamar pré-pandemia (de 3,58% A/A em fevereiro).

A inflação ao consumidor deve seguir elevada no final do ano, com a alta nos preços de atacado sendo repassada para varejo no caso de alimentação e bens industriais, esses últimos devido à falta de estoques. Os preços de serviços também ficaram mais positivos com a recuperação desse setor. Os núcleos de inflação seguem em patamar elevado, mesmo tendo recuado em relação ao mês anterior. A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA fechado do mês foi revista de 0,65% M/M para 0,68% M/M, com incorporação de preços mais altos de passagem aérea. Para 2020 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de IPCA de 3,79%. A alta nos preços no final do ano pode ser transitória, dependendo do que ocorrer com o auxílio emergencial (que torna a demanda superior ao nível atual da oferta) na virada do ano. Em um cenário em que esse benefício não é estendido, o IPCA de 2021 deve recuar para 3,3%, mas caso ele seja estendido a inflação do próximo ano pode ficar mais próxima do centro da meta (3,75%).

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